O avanço da peste suína africana sobre a China coloca a Ásia em alerta. Só em um mês, a doença foi detectada em 18 propriedades rurais no país, que detém pelo menos metade da produção suína do mundo, com cerca de 500 milhões de cabeças. Casos foram diagnosticados em seis províncias, algumas com mais de mil quilômetros de distância entre si, ressalta a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), nesta sexta-feira (7/9).
A instituição realizou uma audiência para discutir o assunto, em Bangkok, capital da Tailândia. A avaliação é de que situação preocupa não apenas pela questão sanitária em si, mas pelo impacto sobre a cadeia produtiva, especialmente no leste e sudeste da Ásia, onde a carne suína é bastante consumida. E a migração do vírus do território chinês para outros países é dada como praticamente certa por especialistas.
“A peste suína africana foi detectada pela primeira vez no território asiático no ano passado, em uma área da Sibéria, na Rússia. Mas sua chegada à China é uma grande ameaça a essa indústria e à sobrevivência de muitos pequenos produtores rurais ao longo da cadeia produtiva”, diz a instituição.
Não há cura ou vacina contra a doença. A mortalidade dos planteis atingidos pode chegar a 100%, mas não há uma ameaça direta à saúde humana. A área pela qual a peste suína africana está se espalhando e a velocidade com que o movimento vem ocorrendo é o que mais preocupa os especialistas. Juan Lubroth, veterinário chefe da FAO, lembra que o vírus pode sobreviver por semanas, favorecendo seu deslocamento por grandes distâncias.
A agência da ONU destaca ainda que está trabalhando em conjunto com o governo da China no desenvolvimento de protocolos e planos de detecção da doença. E durante o encontro na capital tailandesa foi definida a formação de uma rede para, conforme divulgou a FAO, “responder colaborativa e agressivamente às novas ocorrências na região”.
Fonte: Globo Rural.