No sítio de Eurípedes Ferreira e da esposa Luiza Gonçalves, em Nova Granada (SP), quase tudo gira em torno da produção de ovos caipiras.
O investimento foi de R$ 10 mil na construção do primeiro galinheiro e na compra das aves. Durante cinco anos, o casal trabalhou com gado. Depois, apostou no plantio de hortaliças orgânicas, mas foi a produção de ovos que trouxe a oportunidade de aumentar a renda. A criação, iniciada com 200 galinhas, hoje é de mais de 800 aves.
As galinhas passam a noite em um espaço fechado por causa dos predadores noturnos. Pela manhã, são soltas em uma área cercada. Elas comem verdura e ração à base de milho, soja e vitamina.
Cerca de 360 ovos são produzidos por dia. A dúzia é vendida a R$ 6,70 para uma revendedora. A demanda vem crescendo tanto que o casal já pensa em aumentar a quantidade de aves.
Em Bady Bassit (SP), Marco Antônio Gasgue começou plantando pimenta e pitaia, mas decidiu migrar para a produção de ovos caipiras. Ele vende direto para o consumidor. As galinhas são criadas fora de gaiolas. Elas ciscam livremente e põem os ovos em vários ninhos.
Apesar de ter a gema mais escura e a clara mais densa, a qualidade nutricional do ovo caipira é a mesma da do ovo de granja. O zootecnista Fábio Leonel, da Fatec e Etec de São José do Rio Preto (SP), explica que o sistema de criação ao ar livre permite que as aves tenham acesso a folhagens e restos de produção, o que garante um corante natural à gema.
No comércio, o ovo caipira é vendido até R$ 3 mais caro do que o ovo de granja, uma diferença que atrai muitos produtores.
De acordo com o IBGE, a produção de ovos de galinha bateu recorde no segundo trimestre deste ano. Foram 942 milhões de dúzias produzidas, o que representa um aumento de 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O estado de São Paulo foi responsável por 28% da produção nacional.
Fonte: G1