O diretor institucional da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Márcio Caparroz, classifica 2015 como ano atípico porque não teve o pico de alta de demanda e preços no segundo semestre. O confinador que não fechou e não trabalha na bolsa, teve desafios maiores ou margens negativas. “O pecuarista que planejou ou fez seguro, fez opção e teve recria, se deu bem. Independente das intempéries, 2015 foi um ano positivo. Agora, a tendência para 2016 são pequenos confinamentos, diz Caparroz.
Este ano será desafiador na opinião do especialista. O mercado interno será a bola da vez com a possibilidade de um rearranjo na política e “se tiver um bom desfecho, pode melhorar o humor das empresas e das pessoas para o consumo.
Além de pequenos confinadores, pequenos frigoríficos também devem ganhar mais espaço. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), promoveu em Pequim (China), no mês passado, encontro para apresentar pequenos e médios frigoríficos brasileiros aos importadores chineses de carne bovina. Desde 2005 a Abrafrigo vem preparando médios frigoríficos para entrarem no mercado exportador. Atualmente, entre seus associados, há pelo menos 20 empresas com condições de realizar exportações.
Custo
Custo ainda pressionando margens mais ajustadas na atividade, especialmente por conta do aumento do preço do milho deve ocasionar uma manutenção da produção este ano, na opinião de Caparroz. De 2014 para 2015 o consumo interno caiu 17%. Em 2016 deve ser mantido o mesmo resultado de 2015, ou seja, queda 2 de 17% sobre o consumo de 2014.
Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil ((NA) dão conta g de um aumento de custo de 23% para 2016. Esse custo, segundo o presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da entidade, Antônio Pitangui de Salvo, leva em consideração o aumento real do preço do bezerro. ‘Tirando isso temos um aumento entre 12% e 15%.
Esse aumento de custo é desinteressante, o poder aquisitivo tem diminuído.
Mesmo diante desse cenário, criar gado no Brasil foi, é e será um bom negócio, mas o fazendeiro tem que ter um perfil como é o agricultor, de melhorar pastagens, fazer integração e preservar o meio ambiente sempre’; pontua Salvo.
A abertura de mercados, como já citado, deve aumentar o porcentual enviado ao exterior. Historicamente, conta Caparroz, as exportações representam 20% da carne produzida no Brasil. Até meados de dezembro, quando a reportagem foi finalizada, a expectativa era que em 2015 esse porcentual aumentasse para 23% e, em 2016 pudesse alcançar 25%, mantendo o mesmo nível de consumo interno observado até aquele momento, ou seja, a alta da demanda de exportação será suprida por aumento na produção.”A única certeza que temos [para este ano) é a surpresa, porque vão acontecer surpresas. Certamente não vai se repetir o mesmo ciclo de 2015 até mesmo porque, se comparar janeiro de 2015 com janeiro de 2016, com o que está projetado na bolsa, está dando menos que a inflação do ano, então já vai começar diferente’; avalia .
Fonte: Assocon
Fonte: Canal do Produtor