A raça de gado bovina Wagyu começou a ser criada no Japão há 400 anos. No início era usada apenas para o trabalho no campo, para tração animal. Com o tempo descobriram a nobreza que a carne deste animal tem. Agora, criadores do mundo inteiro descobriram o boi japonês. No Paraná, alguns pecuaristas como o João Noma são pioneiros na criação da raça Wagyu. Ele importou os primeiros embriões e hoje tem mais de 300 cabeças. "Quero investir no melhoramento genético deles", confirma o pecuarista e empresário.
No Brasil o plantel ainda é pequeno. São 5 mil cabeças de animais puros. Evelyn Metidieri, criadora da Associação Brasileira de Wagyu, diz que o mercado para carnes nobres está crescendo. "Os criadores brasileiros não estão conseguindo abastecer a demanda. É uma carne voltada para gastronomia, e quem gosta de comer bem paga pra consumir essa iguaria", garante.
É justamente o valor da carne do Wagyu que chama a atenção. Para o consumidor, o quilo do contra-filé, que é a parte mais valorizada, pode chegar a R$ 400,00. Isto porque a carne tem características únicas no sabor e na composição, especialmente da gordura. "Essa raça tem característica genética de depositar gordura entre as fibras da carne, o que a chama de marmoreio. A grande diferença é a maciez desta carne. Ela é tão cara pela oferta reduzida e pela característica especial da sua sua composição", explica o zootecnista Juceval Pereira de Sá.
O manejo desta raça é simples. É um animal dócil, que se adaptou ao clima e ao pasto do Paraná. O rebanho é mantido solto no pasto por 18 meses. Depois vai para o sistema de confinamento onde fica por um ano. Neste período os animais são tratados com feno e ração balanceada. Com 750 quilos estão prontos para o abate. "Muitos comparam o abate do Wagyu com 34 a 36 meses tardio em relação a outras raças. Mas com valor agregado que se tem compensa esse tempo maior", diz o gestor agropecuário Paulo Farias.
Fonte: Revista Globo Rural
Fonte: Canal do Produtor