Um modelo de distribuição de energia inédito no Brasil está em fase de testes em uma propriedade rural do município de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná. O sistema tem potencial para aumentar a estabilidade do fornecimento de eletricidade em áreas rurais. O método chamado de microgrid (pequena rede) funciona como uma espécie de “ilha de energia”, na qual a geração, o armazenamento e o consumo podem funcionar conectados (ou não) à rede da concessionária.
A iniciativa, que tem a participação da Copel, da Itaipu Binacional e da CIBiogás, está em fase de implantação na Granja Colombari, do produtor rural José Carlos Colombari. O projeto deve atender (interligada à rede da Copel) a um total de 15 propriedades, quando estiver em funcionamento.
Pedro Colombari, um dos produtores que estão à frente da gestão da Granja Colombari, compartilha que a ideia de testar a microgrid nasceu como uma proposta da melhoria da segurança energética nas áreas rurais. “Para nós que estamos trabalhando com a geração distribuída foi uma grande oportunidade por ser mais um nicho de mercado para as unidades geradoras de energia, como é o nosso caso [com a produção de eletricidade por meio do biogás]. É uma chance de participar de mais um projeto-piloto e contribuir para novos modelos que venham a ajudar produtores de todo o país”, comenta.
O abastecimento ininterrupto é fundamental para diversas atividades do agronegócio, como por exemplo a produção de aves, suínos e peixes, pois a falta de energia significa prejuízo na certa. Para o presidente da Comissão de Piscicultura da FAEP, Edmilson José Zabott, o risco no fornecimento de energia é uma preocupação que envolve dois fatores principais: custo e insegurança. “Hoje, uma hora de gerador ligado consome entre 15 e 18 litros de diesel, com o litro do combustível acima da casa dos R$ 3,50. Enquanto que nós pagamos de R$ 0,21 a R$ 0,35 o quilowatt/hora. E tem a insegurança também. Você pega uma queda de energia no final de um lote de frango ou peixe. Se o gerador tiver algum problema? E quem não tem gerador? São muitos riscos. Com certeza, esse é um dos principais problemas que nós enfrentamos”, ressalta.
No caso dos produtores rurais do Paraná, há um diferencial que torna atrativa a construção de microgrids: a geração de energia por meio de biodigestores. Esta já é uma realidade em diversas regiões do Estado depois de a FAEP passar a atuar diretamente no tema. Em 2017, a instituição levou 142 pessoas, entre técnicos, produtores rurais, líderes sindicais e representantes de órgãos governamentais e de empresas privadas, para uma viagem técnica pela Europa. O continente, em especial Alemanha, Áustria e Itália, é referência na exploração de energia advinda do biogás. A FAEP também teve atuação decisiva na conquista da Lei 19.595 de 2018 que prevê isenção de ICMS sobre a eletricidade gerada por produtores, sancionada em julho do ano passado.
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Fonte: Sistema FAEP