O Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) publicou, nos dias 1º e 2 de setembro, duas portarias
(388 de 2021 e 389 de 2021, respectivamente) que mudam a forma como ocorre o
controle do chamado vazio sanitário na cultura da soja e do período de plantio no país. Os documentos definem
calendários para cada Estado que valem já para este ano safra (2021/22). O ponto
de maior atenção para os produtores do Paraná é o cronograma de que a emergência das plantas só pode
acontecer a partir do dia 13 de setembro.
Anteriormente, a adoção ou não do período
de vazio sanitário e do calendário de semeadura eram definidos por cada Estado.
No caso do território paranaense, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar)
determinava, pela Portaria Estadual 342 de 2019, que poderia haver plantas
emergidas a partir de 11 de setembro, um dia após o fim do vazio sanitário.
“Na prática, a fiscalização vai considerar que as plantas só podem emergir a partir do dia 13 de setembro. Pode plantar uns dias antes? Pode, contanto que o produtor conhecendo a sua região saiba quanto tempo vai demorar para essa planta emergir e respeitar o dia 13 como referência”, enfatiza o gerente de sanidade vegetal da Adapar, Renato Rezende.
Um dos efeitos mais benéficos com
essas novas portarias, conforme Rezende, é a padronização das datas na região Sul.
“O que acontecia antes era que, às vezes, uma região tinha plantas vivas,
outras não. Nesse cenário, o patógeno era mantido ativo, principalmente nas
divisas. Tendo um período específico de plantio em uma região grande você tira
aquelas pontes verdes que vão estar mantendo o patógeno a campo. Quando estiver
encerrando o ciclo, acabou, não tem mais aquela diferença no calendário”,
completa.
Vazio
sanitário
O vazio sanitário é um período no qual
os produtores rurais são proibidos de manterem plantas de soja vivas nas
lavouras. Assim, evita-se criar uma ponte verde de uma safra para a outra, que
facilita a disseminação do fungo Phakopsora
pachyrhizi, causador da ferrugem asiática – doença mais grave que afeta a
sojicultura no Brasil e no mundo.
Atuação
Segundo Ana Paula Kowalski, do
Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, os documentos
elaborados pelo Mapa tiveram como base solicitações feitas pelo Sistema
FAEP/SENAR-PR e outras entidades representativas dos produtores rurais. “A
ideia dessas mudanças é tornar o controle da ferrugem asiática mais efetiva e
igualitária entre os Estados. Assim, o Paraná, por exemplo, terá um período de
vazio sanitário e de plantio adequado ao seu sistema de produção, em
consonância com os Estados limítrofes sem prejuízo das ações estratégicas de
defesa sanitária vegetal”, explica.
Ainda, de acordo com a técnica do DTE,
o Mapa deve considerar fazer alterações nas regras. “Alguns ajustes de
nomenclatura são necessários nas portarias para tornar a aplicação e o
entendimento mais claros. O ideal também é que a publicação tenha maior
antecedência para planejamento do plantio. Porém, compreende-se que foi uma
primeira tentativa de normatização nacional e como os períodos podem ser
revistos a cada ano, é possível aprimorá-la”, reflete.
Confira
o calendário definido pelo Mapa para 20 Estados
Fonte: Mapa
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Fonte: Sistema FAEP