Além do reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação,
a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) desmembrou o Paraná e concedeu ao
Estado o status de território livre de Peste Suína Clássica (PSC). Esse título
é de suma importância para que se consiga exportar carne suína para o mundo.
Antes, os paranaenses estavam num bloco único com 14 Estados brasileiros e o
Distrito Federal, reconhecido em 2016. A novidade garante mais segurança a toda
a cadeia produtiva de suínos em território paranaense.
A separação do Paraná começou com uma instrução normativa assinada
pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, no dia
6 de dezembro de 2019. Esse documento reconheceu o Estado como área livre peste
suína clássica (PSC) de maneira isolada, fora do bloco com outros 14 Estados e
o Distrito Federal.
Rafael Gonçalves Dias, gerente de saúde animal da Agência de
Defesa Agropecuária (Adapar), explica que a PSC é uma doença erradicada no
Paraná. Porém em alguns Estados do Nordeste a enfermidade é endêmica. Caso a
doença passe a divisa para um dos Estados do bloco de 14, isso bloquearia as exportações,
inclusive as paranaenses – ainda que este fique a milhares de quilômetros de
distância. “É uma conquista de suma importância para os paranaenses, tão
importante quanto o avanço na questão da febre aftosa”, comemora Dias.
“A sanidade é uma prioridade há décadas no Paraná, não apenas
em relação à febre aftosa. Nós investimos muito esforço e recursos financeiros
para construir um sistema sanitário sólido, com a sinergia entre setores
público e privado. Agora estamos colhendo os resultados, com o reconhecimento
de que somos capazes de fornecer segurança alimentar para o mundo”, completa o
presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.
O processo para chegar a esse reconhecimento individual foi
parecido com o que culminou com o reconhecimento da aftosa. Segundo Dias, foi
feito um relatório para OIE que detalha a estrutura sanitária do Paraná.
Realizou-se uma avaliação, pelo grupo Ad hoc (grupo especial criado pela OIE
para analisar os dados do Estado), e os documentos também foram apreciados
pelos países-membros do órgão internacional.
A Peste Suína Clássica é uma doença contagiosa hemorrágica que
causa mortalidade nos suínos, especialmente nos leitões. Ela é provocada por um
vírus que pertence à família Asfarviridae. Esses microrganismos não infectam seres
humanos, somente insetos e suídeos. A doença não tem tratamento e causa grande
impacto econômico, já que é uma das sete doenças para as quais a OIE oferece
monitoramento e certificações.
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Fonte: Sistema FAEP