O Paraná iniciou a colheita da segunda safra de milho 2017/18 com perspectiva de uma produção ainda menor frente ao volume de 10 milhões de toneladas da última estimativa, devido aos efeitos da estiagem entre abril e maio, disse nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral).
Até o momento, apenas 1 por cento da área foi colhida no Estado, em linha com o observado há um ano. Tradicionalmente, os trabalhos de campo no segundo maior produtor nacional se intensificam em julho e vão até agosto, comentou o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio.
“É provável que tenhamos uns dias a mais de colheita neste ano, porque houve atraso no plantio”, disse ele, lembrando a colheita mais longa de soja, que precede a semeadura da safrinha de milho, e também a estiagem nos últimos meses, que atrapalhou as atividades.
Conforme Gervásio, os impactos dessa seca sobre a produção paranaense ainda são sentidos, e o Deral tende a revisar para baixo suas projeções. “Estamos captando as perdas nas lavouras”, frisou.
Há um ano, quando as condições climáticas ajudaram, praticamente toda a safrinha de milho do Paraná estava em condição boa no início da colheita. Em 2017/18, contudo, apenas 35 por cento enquadra-se nessa classificação, enquanto 44 por cento é considerada de qualidade média e outros 21 por cento, ruim.
Uma nova redução nas estimativas colocaria a produção paranaense de milho segunda safra inferior a 10 milhões de toneladas, número já revisado para baixo no final de maio pelo Deral.
O volume ficaria ainda bem aquém dos mais de 13 milhões de toneladas de 2016/17 e abaixo até dos cerca de 10 milhões de toneladas de 2015/16, quando a safra local quebrou também em razão do tempo desfavorável.
Normalmente, o Deral atualiza suas previsões ao final do mês.
Trigo
O Deral informou ainda que o plantio de trigo no Paraná atinge 78 por cento da área prevista, acima dos 73 por cento de um ano atrás, recuperando-se totalmente do atraso inicial.
Conforme Carlos Hugo Godinho, analista do Deral, alguns produtores no sul do Estado podem expandir a área graças a preços mais remuneradores.
“Nos últimos dois meses tivemos uma alta forte nos preços. Hoje está em torno de 46 reais a saca. Em maio, a média foi de 42 reais, ante 31,38 reais um ano atrás”, disse.
O Paraná é o maior produtor nacional de trigo, com a safra deste ano estimada em 3,3 milhões de toneladas, um aumento de 48 por cento ante o ciclo anterior.
A partir de agora, o maior risco para as lavouras são as geadas, mas segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) não está prevista a ocorrência desse fenômeno nos próximos dias.
Fonte: Reuters
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