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Paraná celebra certificação internacional como área livre de aftosa sem vacina

Os paranaenses presenciaram, no dia 27
de maio de 2021, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, um dia histórico. Lideranças
políticas e de entidades representativas do setor privado celebraram o
reconhecimento do Paraná, pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), como
área livre de febre aftosa sem vacinação. O trabalho que culminou nessa
conquista começou há décadas e teve a participação decisiva de inúmeras
organizações, entre elas o Sistema FAEP/SENAR-PR. O evento foi transmitido ao
vivo pela internet.

O governador do Paraná, Carlos Massa
Junior, fez um apanhado histórico das principais etapas cumpridas para chegar
ao reconhecimento e agradeceu a cada um dos envolvidos na conquista. “Hoje é um
dia histórico, depois de 63 anos tenho a honra de anunciar a todo povo do
Paraná, que nosso Estado é uma área livre de febre aftosa sem vacinação, está
no mais alto nível de sanidade do planeta”, enfatizou. “Agora, precisamos
manter o status, com o cadastramento do rebanho, a fiscalização de divisas com
atenção, cuidado e responsabilidade”, completou.

De Brasília e por videoconferência, a
ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participou da cerimônia, celebrando a
conquista do Paraná e de outros Estados, que também foram declarados como área
livre de febre aftosa sem vacinação. Em seu breve discurso, a ministra exibiu
os certificados do Paraná, que já foram enviados ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) pela OIE.

“Vocês estão de parabéns. Não é
trabalho de uma pessoa só, mas de todas as mãos que viabilizaram essa conquista,
e a ousadia do governador, que me disse: ‘Vamos abrir o Paraná’. Muitos
produtores e instituições trabalharam para chegarmos a esse momento de alegria
e de emoção”, disse a ministra.

O presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, celebrou a união dos paranaenses, uma marca registrada da conquista junto à OIE. “O Sistema FAEP/SENAR-PR se orgulha em ter tido papel relevante nesse assunto. Desde os anos 1990, acompanhamos todos os passos. Isso representa muito para nossa economia, a possibilidade de abertura de novos mercados. Ganha nosso agronegócio como um todo e também nossos produtores, que terão uma fatia da repartição da renda. Agora, temos de pensar em como manter esse novo status sanitário. A união que sempre tivemos será vital para evitar qualquer retrocesso”, apontou.

Antonio Poloni, assessor da presidência
da FAEP, refletiu que é um grande feito nas últimas décadas o setor produtivo
ter conseguido sensibilizar governo após governo a manter a sanidade como uma
prioridade. “Os governos passam, as entidades ficam. Em todos esses anos de
trabalho, tive a chance de falar com todos os governos sobre a necessidade de
priorizar a sanidade. Todos eles, de certa forma, aceitaram e cada um deles
teve uma participação importante. Temos que lembrar sempre que sanidade é
economia. E quem tem que ser valorizado nesse momento é o produtor. Eles que
trabalharam em adquirir uma cultura da sanidade e continuam a investir
continuamente nesse sentido”, reconheceu 

O presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, pontuou que o reconhecimento internacional é consequência de o Estado ter hoje um serviço veterinário de excelência. “A primeira ação fundamental que fizemos para chegar nisso foi a criação do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (Fundepec-PR). Isso nos permitiu organizar o Conesa, que a coordenação sempre foi atribuída à FAEP. Se não tivéssemos feito essa lição de casa, não estaríamos comemorando nada”, salientou.

Oportunidades

Para o secretário estadual da
Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o reconhecimento internacional
“ficará registrado pela história como um marco importante para a nossa
economia”. Destacando o trabalho integrado entre entes públicos e a iniciativa
privada, Ortigara fez questão de parabenizar e agradecer a todos os elos da
cadeia, destacando que o novo selo sanitário deve ajudar o Paraná a conquistar
novos e mais sofisticados mercados internacionais, que pagam mais por proteínas
animais certificadas.

“É uma virada de página. Temos volumes
e vamos crescer em volume, temo escala, temos qualidade, sanidade e preço
competitivo. Isso aqui não é só um selinho pendurado na parede. Isso é mercado,
é oportunidade”, definiu. “Temos que fazer missões técnicas comerciais, bater à
porta dos outros países. É usar nossos 24 adidos agrícolas, que estão lá para
isso”, acrescentou.

O diretor-executivo da Frimesa, Elias
Zydek, traduziu a conquista do reconhecimento internacional em quatro palavras:
otimismo, integração, status e responsabilidade. Todas também têm, segundo ele,
relação direta com o avanço dos negócios do Paraná no mercado externo. Ele
mencionou o caso particular da Frimesa, que há dois anos se prepara para o novo
selo sanitário, investindo em um ousado projeto de expansão, de olho no mercado
internacional. 

“Estamos tão entusiasmados, que há dois
anos acreditamos nessa conquista, e já estamos com 50% construído o maior
frigorífico da América Latina. Esse é o tamanho do nosso entusiasmo”, disse
Zydek. “Hoje é o dia mais feliz da minha vida, como profissional. Estou vendo a
gente saindo 110 mil toneladas [de carne suína] exportadas para, ainda neste
ano, beirarmos 150 mil toneladas. Ano que vem, chegaremos a 200 mil toneladas
de carne suína exportadas. Isso tudo é o que esperávamos”, contabilizou.

Ricardo Santin, presidente da
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Gostaria de lembrar que é
preciso manter a vigilância ativa para manter esse status e conquistar novos
destaques. Sabemos que isso vai ajudar a dar um salto de qualidade nas vendas,
gerando mais renda e melhorando o perfil da produção. O mundo confia no Brasil
e ações como essa só fortalecem o país como grande provedor de alimentos no
futuro. Dá orgulho de ser brasileiro ver o trabalho que vocês têm feito nos
últimos anos”, parabenizou.

Sonho realizado

O deputado estadual e presidente da
Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Anibelli
Neto, enfatizou que o reconhecimento internacional se assemelha a um “sonho
realizado” para o setor agropecuário do Paraná. Ele lembrou a união em torno da
causa, que teve como um de seus episódios mais emblemáticos uma audiência
pública realizada na Alep em 2019, em que a FAEP levou mais de 2 mil produtores
rurais de todo o Estado para acompanharem as discussões em torno das
articulações para que o Paraná abraçasse a luta para se tornar área livre de
febre aftosa sem vacinação. 

“É um sonho de décadas, de gerações.
Que alegria participar desse momento, como presidente da Comissão de
Agricultura da Alep. Obrigado, Ágide, por ter me convidado para percorrer o
Paraná. Em diversas audiências, pudemos ficar perto de pessoas que detêm tanto
conhecimento, que diziam da satisfação e que vislumbravam um futuro que, hoje,
chegou. Sei da satisfação dos senhores neste dia inesquecível”, afirmou.

O diretor-presidente da Agência de
Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir César Martins, também lembrou
que o novo selo era uma meta de décadas. Orgulhoso da conquista, ele também
destacou a atuação conjunta entre a iniciativa privada e os órgãos públicos, em
uma relação conjunta que fez com que o sistema sanitário do Estado avançasse
continuamente, até a sua consolidação. 

“Estamos virando uma página da história
e começando um novo capítulo. Desde que fui convidado a assumir a valiosa
função de presidente da Adapar, venho trabalhando por uma agência moderna,
robusta e com respostas rápidas. Essa conquista também traz consigo muitas
responsabilidades. Temos que, continuadamente, trabalhar com modernização,
inteligência, capacitação continuada e tomar decisões com base em princípios
científicos”, defendeu. 

As responsabilidades também foram
mencionadas pelo presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores
Familiares do Paraná (Fetaep), Marcos Brambilla. Na avaliação dele, o Estado
tem o dever de manter o novo status sanitário e avançar, lembrando
sempre dos produtores e trabalhadores rurais, que garantem uma posição de
destaque ao Paraná. 

“Temos o dever e o papel de fazer mais
e melhor. Hoje, a responsabilidade aumentou. A conquista é tão importante que
temos um grande trabalho pela frente. Que nossa riqueza seja compartilhada com
todos os elos da cadeia. Se temos produtor chegando lá fora, é porque temos um
trabalhador no campo”, disse.

Ex-ministros

Além da atual ministra do Mapa, outros
ex-ocupantes do comando da pasta enviaram vídeos, que foram exibidos ao longo
da solenidade. “Em 2000, em Paris, começamos processo de liberação do Brasil da
aftosa com vacinação. Até então só vendíamos carne cozida enlatada. Hoje,
exportamos quase US$ 20 bilhões por ano de proteína animal. Agora, não temos
mais restrições para proteínas como um todo e nós vamos abrir mais espaços e
ampliar ainda mais os que já temos”, celebrou Francisco Turra, ex-ministro do
Mapa.

Outro ex-comandante do Mapa que deixou
sua mensagem, Roberto Rodrigues se disse emocionado ao comentar o momento. “É
uma grande vitória, que abre espaço para o Paraná buscar novos mercados em
benefício de todos os Brasileiro. Os paranaenses mais uma vez agora devem se
colocar na fronteira do conhecimento, dos avanços científicos e tecnológicos
para seguir avançando em sanidade”, recomendou Rodrigues.

Reinhold Stephanes, que também já
ocupou o cargo de chefe do Mapa, deixou registrado seu reconhecimento de todos
os envolvidos. “Merece destaque o papel do governador do Carlos Massa Junior e
do atual secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. O governador
tomou decisão, no momento inicial teve até mesmo resistência de alguns setores,
mas manteve a decisão firme, que deu condições para chegarmos à estrutura
básica para conquistarmos o status”, lembrou Stephanes.

Parlamentares

Dois deputados federais do Paraná
também participaram da solenidade, reconhecendo a importância da conquista para
o setor agropecuário. Presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos
Deputados, Aline Sleutjes, enalteceu a luta de produtores rurais na
estruturação do sistema sanitário do Estado, o que proporcionou o
reconhecimento internacional, trazendo novas perspectivas para o agronegócio.
“Estamos reconhecendo aqui, nesta solenidade, os feitos, as lutas, os choros e
os esforços de centenas de pessoas que se envolveram. É algo que traz o futuro,
o desenvolvimento, os novos sonhos e a possibilidade de pensarmos: qual é a
nossa meta? Parabéns ao Paraná”, celebrou. 

Presidente da Frente Parlamentar
Agropecuária (FPA), o deputado federal Sérgio Souza destacou a articulação da
ministra Tereza Cristina, que garantiu continuidade ao processo de
reconhecimento internacional e que “nos deu guarida para avançarmos”. Ele
também mencionou a vocação do Paraná na produção de alimentos e o poder e a
importância do setor agropecuário para o país. 

“Nós somos um gigante produtor de
alimentos. Nós, na FPA, somos bons no que fazemos, porque somos organizados.
Somos conhecidos como a frente mais poderosa do Congresso Nacional, não porque
somos os ‘todo poderosos’, mas porque somos organizados, temos bons técnicos,
bons projetos e defendemos a melhor causa, que é a segurança alimentar de todos
neste planeta”, afirmou. 

Ronei
Volpi recebe homenagem

O atual diretor-executivo do Fundepec,
Ronei Volpi, recebeu uma homenagem, em nome de todos os paranaenses que
contribuíram para a conquista do novo status. A honraria foi entregue a ele em
mãos pelo governador Carlos Massa Junior.

“Escolhemos homenagear um cidadão que é
um gaúcho paranaense. Chegou no Estado em 1972 e veio trabalhar nas primeiras
campanhas de vacinação contra febre aftosa. Começou como vacinador, passou a
chefe da defesa sanitária animal e depois a diretor-geral”, lembrou o
secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.

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Fonte: Sistema FAEP



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