00bovino_02

OS PILARES DA PECUÁRIA COMPETITIVA

A bovinocultura pode crescer ainda mais a partir do desenvolvimento estruturado dos pilares: nutrição, melhoramento genético e reprodução animal. É o que destaca o médico-veterinário Ricardo Jordão, membro da Comissão de Saúde Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

“A eficiência produtiva só pode ser alcançada com a associação dessas três áreas”, diz.

De acordo com Jordão, além das exigências sanitárias internacionais que regulam o setor, o mercado interno nacional também está mais rigoroso, demandando dos produtores qualidade e preços acessíveis.

“O produtor rural se tornou um empreendedor. Produzir exige profissionalização e comprometimento, com foco no consumidor e na produtividade, seja na fazenda ou na indústria processadora”, enfatiza o médico-veterinário.

Bem-estar animal e preservação ambiental

O bem-estar animal e a preservação ambiental são pontos que também têm recebido maior atenção nos últimos anos, destaca o zootecnista Celso Carrer, membro da Comissão de Políticas Públicas do CRMV-SP. As práticas de manejo racional das pastagens, com proteção de áreas de matas e mananciais e de recursos naturais, são, na visão do zootecnista, itens indispensáveis para a pecuária tecnificada do futuro.

“Os sistemas integrados de pecuária e floresta proporcionam mais conforto para os animais e melhora no desempenho produtivo, assim como ampliam a sustentabilidade”, destaca.

Para Celso Carrer, outra tendência é a adoção de sistemas de produção que envolvam o bem-estar animal, desde o manejo de crias até os abates humanitários.

“Estruturas produtivas de pastagens, como o pasto sombreado, plantas de currais de manejo com ambiência, que proporcionam conforto ao rebanho, e sistemas de transporte de animais, devem passar por adaptações para reduzir perdas de produção e de qualidade dos produtos finais, ocasionadas pelo acúmulo de estresse”, ressalta o zootecnista.

Segundo Celso Carrer, essas práticas de bem-estar proporcionam efeito direto no desempenho econômico das unidades produtivas.

“A redução do tempo de engorda dos animais, o que aumenta o giro de capital da atividade; a liberação de áreas de pastagens durante o processo intensivo de engorda no inverno, o que alivia a lotação animal nas áreas restantes; e a melhoria acentuada dos índices de reprodução e crescimento dos animais são alguns efeitos diretos”, afirma.

Tecnologia e pesquisa

O médico-veterinário Ricardo Jordão acredita ainda que a tecnologia também deve impactar a produtividade da bovinocultura, contribuindo para a saúde e o bem-estar dos animais. Soluções tecnológicas simples e de fácil implementação já poderiam, segundo Jordão, inclusive, figurar no dia a dia dos pecuaristas brasileiros, porém a variação de porte entre os produtores (pequenos, médios e grandes) demanda estudo prévio de aplicabilidade.

Outro ponto crucial para o desenvolvimento da bovinocultura brasileira é a pesquisa. Na avaliação de Ricardo Jordão, o próximo passo para a expansão do uso das novas tecnologias na bovinocultura é a aproximação entre os produtores rurais, os centros de pesquisa e empresas interessadas em difundir as tecnologias.

“É preciso fomentar as startups e baratear as ferramentas, sem esquecer da infraestrutura, pois as fazendas precisam de conectividade”, aponta, elencando como outros desafios da área a necessidade de qualificação da mão de obra em todos os níveis.

Fonte: DATAGRO



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.