Pá de café

OS NÚMEROS DAS EXPORTAÇÕES DE CAFÉ

As exportações dos Cafés do Brasil, apenas no mês de janeiro de 2020, atingiram um total de 3,2 milhões de sacas de 60kg, das quais 2,7 milhões foram de café arábica, 315,3 mil de café solúvel e 223,8 mil de café conilon. Ao comparar esses números com a performance das exportações de janeiro de 2019 é possível verificar uma queda de 12,8% no volume exportado de café arábica. Em contrapartida, houve um aumento expressivo de 48,6% de café conilon e de 28,9% de café solúvel.

A receita cambial gerada com as exportações dos Cafés do Brasil, no primeiro mês de 2020, foi de US$ 438,1 milhões, o que representa um aumento de 5,6%, se comparado com janeiro de 2019. O café da espécie arábica que foi exportado com o valor médio de US$ 138,60 por saca, obteve uma receita de US$ 371,54 milhões. E o café conilon, cujo preço médio da saca foi de US$ 83,16, contribuiu com US$ 18,61 milhões, enquanto que o café solúvel gerou US$ 47,63 milhões de receita cambial, com o preço médio da saca de US$ 151,1. Tal receita cambial contempla ainda os cafés diferenciados, cujo volume físico exportado foi de 628,9 mil sacas de 60kg com o preço médio de US$ 172,09, o que gerou uma receita cambial de US$ 108,2 milhões. Os cafés diferenciados são os que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis.

Um ranking dos dez principais destinos de exportação dos Cafés do Brasil, no período objeto desta análise em destaque pela Embrapa Café, foram os Estados Unidos, em primeiro lugar, e Alemanha, em segundo, com 617,9 mil e 617,1 mil sacas, respectivamente, o que corresponde para cada país, aproximadamente, 19,2% do total das exportações brasileiras no mês.

Em terceiro lugar, figura a Itália, com 259,6 mil sacas (8,1% do total); o Japão, na quarta posição, importou 192,9 mil sacas, com 6% do volume total. Na sequência, vem a Bélgica, em quinto lugar, com 150,1 mil sacas (4,7%); depois a Federação Russa, com 121,3 mil (3,8%), e a Turquia, com 94,3 mil (2,9%), figura em sexto e sétimo lugares, respectivamente. O Canadá, com 83,4 mil (2,6%), seguido da Suécia, com 76,7 mil sacas (2,4%), e, por fim, a Coréia do Sul, com 67,5 mil sacas (2,1%), completam os dez principais destinos dos Cafés do Brasil no mês. Vale destacar o crescimento de 96,5% nas importações da Suécia, assim como da Federação Russa, que teve um crescimento de 64,7%, em comparação com janeiro de 2019.

Esses números da performance das exportações brasileiras de café, entre outros dados relevantes do setor, constam do Relatório mensal janeiro 2020, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, que está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

Além desses destaques, o Relatório do Cecafé traz ainda vários dados, informações e análises sobre as exportações brasileiras de café, participação percentual por qualidade nas exportações, exportações de cafés diferenciados, exportações de café por continente, grupo e bloco econômico, os principais destinos e portos de embarque das exportações, perfil do consumo mundial de café, participação brasileira nas exportações mundiais de café, dados da balança comercial, e ainda, nesta edição de janeiro, uma Série Estatística especificamente sobre as exportações de Cafés do Brasil para os Emirados Árabes Unidos.

O Relatório mensal janeiro 2020 divulga também um artigo intitulado “Cafeicultura Sustentável – Ações Sustentáveis: O controle biológico de pragas na cafeicultura brasileira”. Esse artigo, entre outros aspectos, ressalta que “(…) Os investimentos realizados em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação tanto no âmbito público quanto privado, alinhado à necessidade crescente de desenvolver soluções sustentáveis e com menos interferência no equilíbrio do meio ambiente, resultaram em benefícios a todos os elos da cadeia produtiva. Um exemplo de sucesso é o controle biológico de doenças e pragas que afetam as lavouras. O controle biológico é um método de combater pragas agrícolas por meio da utilização de inimigos naturais, que podem ser insetos predadores, parasitoides e microrganismos (fungos, bactérias e vírus). No âmbito público, como parte de trabalho de mais de 20 anos de pesquisa, foi descoberto no cafeeiro o fungo Cladosporium cladosporioides para utilização no campo como agente bioprotetor, combatendo outros fungos que deterioram o café. E ainda permite o uso na produção industrial de enzimas, utilizadas em diferentes processos de proteção da qualidade do café. Tal pesquisa tem sido desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, em parceria com a Universidade Federal de Lavras – Ufla, contando com apoio do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – Fapemig. Outro importante estudo relacionado à identificação e uso de diferentes agentes de controle natural da broca é o fungo Beauveria bassiana. A aplicação deste fungo tem sido testada a campo, com resultados consolidados que reforçam a sua viabilidade de aplicação nos campos produtivos. O bicho-mineiro, Leucoptera coffeella, é uma das principais pragas do cafeeiro, e está presente em todas as regiões produtoras. Os prejuízos aos cafeeiros ocorrem em consequência da redução da fotossíntese, causada pelo desenvolvimento das lesões e acentuada pela queda prematura de folhas, reduzindo a produção (…)”. Assim, o Observatório do Café recomenda a leitura completa desse artigo em referência.

Fonte: Embrapa



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