O Paraná vem dando novo impulso à atividade florestal, embalado por investimentos industriais e pela alta produtividade no plantio de pinus e eucalipto. Somente em 2015, o Estado exportou US$ 1,5 bilhão em produtos de base florestal, segundo dados do “Panorama de mercado das principais atividades da agropecuária paranaense”, levantamento desenvolvido por técnicos do Sistema FAEP/SENAR-PR.
De acordo com o engenheiro-agrônomo Werner Hermann Meyer Junior, do Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP, as projeções são otimistas para os próximos anos devido à demanda dos setores madeireiros, moveleiros, energéticos e de celulose. A expectativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é aumentar a área de florestas de 6 milhões para 9 milhões de hectares até 2020 no Brasil. “Isso poderá reduzir a emissão de 8 milhões a 10 milhões de toneladas de CO2 equivalentes no decênio. Está previsto também o avanço na recuperação de 15 milhões de hectares de áreas degradadas, saindo dos atuais 40 milhões para 55 milhões, reduzindo entre 83 e 104 milhões de toneladas de CO² equivalentes”, explica Werner.
O cultivo de florestas plantadas no Paraná ocupa uma área de 1,2 milhão de hectares entre pinus e eucalipto, cerca de 6% do espaço territorial do Estado. Com uma produção total de 47 milhões de metros cúbicos, segundo o engenheiro-agrônomo Amauri Ferreira Pinto, coordenador estadual do projeto Madeira do Instituto de Pesquisa e Extensão Rural (Emater), a oferta ainda é insuficiente para atender a demanda do próprio Estado, que é de 51 milhões de metros cúbicos. “Para acompanhar a demanda nós precisamos de 2 milhões de hectares de pinus e eucalipto”, observa.
Um dos que apostaram no setor foi o produtor de grãos Raul Speltz, de Telêmaco Borba, na região dos Campos Gerais. Desde 1974, ele cultiva pinus e eucalipto numa área de 1,3 mil hectares. O carro-chefe da produção é a madeira grossa da primeira cultura, acima de 25 centímetros de diâmetro. Segundo o filho Randy Speltz, que há nove anos trabalha na comercialização de madeiras, hoje a tonelada de pinus está em torno de R$ 140.
Randy explica que a madeira grossa é uma opção mais interessante ao produtor porque a remuneração é mais alta. Ao mesmo tempo em que há um déficit na produção florestal do Estado, ele reclama na hora de vender o eucalipto. Em muitas regiões, nos últimos anos, a indústria incentivou o plantio da cultura e muita gente apostou nesse segmento. Dessa forma, provocou o excesso do produto no mercado e, consequentemente, pressionou os preços para baixo. “O mercado não está interessante para a comercializa- ção da madeira fina de eucalipto na nossa região.” A situação é semelhante para o produtor Alessandro Illich, de Guarapuava, região Centro-Sul. Hoje, ele está vendendo a tonelada de eucalipto para a produção de lenha e cavaco por R$ 80. “Nos últimos dois anos os preços caíram muito, enquanto os custos de produção e logística subiram 30%”, conta. Numa área de 300 hectares, há 15 anos Alessandro investiu no cultivo de pinus e eucalipto para diversificar as atividades na propriedade junto à produção de grãos. Os preços ruins desanimaram o produtor: “Se eu tivesse imaginado como estaria o mercado agora, não teria investido no plantio de florestas.”
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Ouça a entrevista com o engenheiro-agrônomo Werner Hermann Meyer Junior, do DTE
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Fonte: Sistema FAEP