A Organização Internacional do Café (OIC) reportou que em janeiro deste ano o mercado cafeeiro atingiu o ponto mais baixo de sua trajetória de dois anos, devido principalmente à queda de preços dos robustas. Segundo a entidade, 26,9 milhões de sacas foram exportadas no primeiro trimestre do ano cafeeiro de 2015/2016, 2,6% acima do volume do ano passado, sendo que “nesta altura as preocupações com a oferta são mínimas”.
A OIC lembra que a primeira previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) chegou a afirmar que produção de café no Brasil em 2016 pode ser a segunda maior da nossa história. “Isso também pode estar gerando pressões baixistas sobre os preços”, afirma o relatório divulgado pela Organização no último dia 8.
A média mensal do preço indicativo composto da OIC caiu 3,3% em janeiro, fixando-se em 110,89 centavos, seu nível mais baixo desde janeiro de 2014. No dia 20 o preço diário atingiu um mínimo de 106,74 centavos, seu nível mais baixo desde 2 de janeiro de 2014. Essa queda coincidiu com uma derrocada mais ampla dos preços dos produtos básicos, induzida pelo colapso dos preços do petróleo. No final do mês os preços do café se recuperaram ligeiramente, mas prosseguem muito baixos.
A maior queda no mercado foi mais acentuado no caso dos robustas, cujos preços caíram 5,8%, registrando 74,71 centavos, sua média mensal mais baixa desde maio de 2010. “Esse declínio é atribuído a uma oferta maior do que se previra de café do Vietnã, onde há café da nova safra para entrada no mercado em breve, além de estoques remanescentes da safra do ano passado”, ponderou a OIC. Os preços dos três grupos dos arábicas também caíram (3,3% no caso dos suaves colombianos, 2,4% no caso dos outros suaves e 2% no caso dos naturais brasileiros), e do lado da oferta as perspectivas parecem positivas.
Em dezembro de 2015 as exportações totalizaram 9,3 milhões de sacas, 1,3% a mais que em dezembro de 2014. Com isso, o total exportado no primeiro trimestre do ano cafeeiro de 2015/2016 (outubro a dezembro) subiu para 26,9 milhões de sacas, 2,6% a mais que no mesmo período do ano passado. Os embarques dos arábicas perfizeram 17,6 milhões, aumentando 11%. O maior aumento foi o dos suaves colombianos, pois a Colômbia embarcou 3,5 milhões de sacas, o maior volume que ela exportava em um primeiro trimestre desde 2001/2002. As exportações dos outros suaves aumentaram 11,7% e as dos Naturais Brasileiros 9,6%.
Por outro lado, calcula-se que as exportações dos robustas diminuíram 10,1% em relação às do ano passado, com quedas estimativas das exportações das maiores origens, Vietnã e Indonésia, de 11% e 23,4%, respectivamente. Entretanto, as exportações do Vietnã começaram a se recuperar, calculando-se que tenham alcançado 2 milhões de sacas em dezembro, o maior volume mensal exportado pelo país desde março de 2015.
Por fim, a OIC afirma que a cifra relativa ao consumo mundial no ano civil de 2014 foi revisada para um pouco acima da anterior, passando a 150,2 milhões de sacas, pois os números referentes ao consumo interno em alguns países exportadores, da Ásia em particular, também foram ajustados para mais.
Fonte: Café Point
Fonte: Canal do Produtor