O AGLIBS, equipamento que utiliza tecnologia de última geração, analisa amostras de solos, de forma rápida, limpa e acessível ao produtor rural, é o primeiro resultado da parceria do ecossistema de inovação da Embrapa Instrumentação (SP) com uma startup voltada ao agronegócio, a Agrorobótica. A tecnologia fornece dados de quantidade de carbono
orgânico do solo, textura (teores de areia, silte e argila) e pH. O aparelho utiliza a espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS), que se destaca pela avançada tecnologia embarcada em comparação a outras técnicas.
“A LIBS foi empregada por ser uma técnica que analisa a amostra com pouca ou nenhuma preparação, é um sistema de ação rápida, com baixo custo e pode identificar elementos simultaneamente em uma pequena quantidade de amostra, de 5 gramas, por exemplo”, afirma a pesquisadora da Embrapa Instrumentação, Débora Milori, que trabalha com a metodologia há mais de 15 anos. De acordo com a doutora em física Aida Bebeachibuli Magalhães, sócia da Agrorobótica, a técnica permite que a capacidade operacional do equipamento, nesta fase de validação, gire em torno de 1800 mil análises mensais de amostras, realizadas sem gerar resíduos químicos. “Esse volume é quase o dobro
de análises realizadas por grandes laboratórios que utilizam metodologia tradicional no Brasil, envolvendo 13 processos”, diz.
A inovação pode contribuir diretamente para certificação de propriedades rurais no Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) do Governo Federal, pois falta uma ferramenta digital para mensuração do carbono, sem geração de resíduos e em tempo real – em laboratório – para quantificação desse elemento químico. Segundo ainda Magalhães, a ideia é utilizar a metodologia para análise de fertilidade de solos, substituindo o método tradicional. O AGLIBS estará em laboratórios, cooperativas, revendas e empresas envolvidas com agricultura de precisão em forma de franquia. O produtor encaminhará suas amostras de solo georreferenciadas para um franqueado e o resultado será enviado para uma central de análise na Agrorobótica, onde passará por um modelo com inteligência artificial que irá calcular os parâmetros desejados.
Fonte: Embrapa