Uma das classes profissionais que mais busca se atualizar em relação aos avanços e novidades tecnológicas é a dos produtores rurais. Hoje, o trabalho no campo está altamente tecnológico e com uso do que há de mais avançado no mercado.
Já faz muito tempo que a enxada deu lugar a equipamentos modernos que vêm transformando a atividade rural. Atento a estes avanços, o SENAR-PR disponibiliza, desde o início de 2019, o curso “Trabalhador na Agricultura de Precisão: Operação de Drones”, que tem como objetivo apresentar e colocar à disposição dos produtores do Estado todas as potencialidades, que não são poucas, destes equipamentos na atividade agrossilvipastoril.
As pequenas máquinas voadoras já estão presentes nos céus brasileiros há algum tempo, a maior parte destinada apenas para o lazer. Porém, muitas possibilidades voltadas à atividade rural ainda não eram desenvolvidas por falta de conhecimento técnico disponível para a classe produtora. Este fato muda com a chegada do novo curso do SENAR-PR.
Em 2018, foi realizada uma turma piloto, apenas com objetivo de validar o curso. Desta vez são seis instrutores que levarão a formação para todas as regiões do Estado.
“Este curso está focado na legislação vigente, nas aplicações na agricultura e nas técnicas de pilotagem das aeronaves. Para despertar o interesse dos participantes, na parte final do curso são apresentadas noções básicas de processamento digital de imagens”, adianta o técnico do SENAR-PR Neder Corso, responsável pelo curso.
O curso foi construído em parceria com a administração central do SENAR, em Brasília, que elaborou o material didático utilizado pelos participantes.
“O objetivo do SENAR ao oferecer essa capacitação é mostrar que existe o drone como ferramenta para trabalhadores e os produtores rurais, para que conheçam essa tecnologia e verifiquem que é aplicável na sua atividade rural”, explica o assessor técnico da diretoria de promoção social e educação profissional do SENAR Nacional, Rafael da Costa.
Hoje, além do Paraná, este curso é oferecido em mais seis unidades da federação: Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal.
De acordo com Costa, nem sempre as funcionalidades do equipamento são limitadas à atividade produtiva.
“Em Goiás, estão usando o drone para monitoramento, dando apoio à Patrulha Rural e proporcionando mais segurança no campo”, exemplifica.
No Paraná, as primeiras turmas já estão agendadas. Segundo um dos instrutores do curso, Rafael Andrzejewski, a procura vem sendo grande.
“Uma das portas de entrada deste interesse foi o próprio evento do Programa Empreendedor Rural que mostrou o uso de drones na agricultura”, avalia.
Ainda de acordo com Andrzejewski, o curso apresenta esta tecnologia aos participantes, focando critérios de segurança e aspectos legais do uso de drones. Como são aeronaves, seus voos devem ser comunicados ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão vinculado ao Ministério da Defesa. Além disso, as aeronaves utilizadas nos cursos devem ter cadastro junto aos órgãos oficiais responsáveis.
Curso
A capacitação tem 24 horas de duração divididas ao longo de três dias. De acordo com Andrzejewski, todos os participantes poderão pilotar o equipamento durante o curso.
“São entre seis e oito alunos por turma e todos terão chance de operar o drone”, ressalta.
Segundo ele, a metodologia tem foco no produtor e pode direcionar os conteúdos para o uso destes drones em diferentes funções, conforme a necessidade.
“Muitos vão usar para identificar áreas degradadas, outros poderão utilizar na pecuária, fazendo cálculo de rendimento de silagem por área. Isso tudo depende dos sensores que são acoplados nas aeronaves”, explica.
Um dos participantes da turma-piloto, realizada em 2018, foi o veterinário Matheus Pereira, que tem atividade de bovinocultura de corte no município da Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba.
“Me interessei pela possibilidade de contar os animais. Também tem drones com sensores infravermelhos que ajudam a visualizar rapidamente algum que esteja com febre”, conta.
Outro possível uso do drone na sua atividade é o cálculo de quantidade de silagem por área de milho.
“Também dá para adaptar o animal para ele a ser tocado pelo drone, até pela dificuldade mão de obra no campo”, aponta, referindo-se ao uso pouco comum das aeronaves para conduzir a boiada.
Porém, os recursos que realmente encheram os olhos do produtor foram os programas e equipamentos embarcados que realizam funções de georreferenciamento e foto 3D.
“Nós produtores estamos diariamente em busca de mais tecnologia”, revela.
Serviço
Interessados em fazer o curso “Trabalhador na Agricultura de Precisão: Operação de Drones” podem procurar o seu sindicato rural ou um dos escritórios regionais do SENAR-PR.
Fonte: Canal Rural