Um bom exemplo de como enfrentar o problema da armazenagem vem dos Campos Gerais. Há 20 anos a Cooperativa Castrolanda criou o Programa de Armazenamento a Nível de Fazenda (ANF), que envolve 53 cooperados nos Estados de São Paulo e Paraná. Todos eles têm silos e armazenam os grãos na propriedade. Através do programa, o produtor rural faz a classificação dos grãos na própria fazenda, a pesagem e, depois disso, envia à Cooperativa todos os dados necessários para a emissão da nota fiscal, como o laudo de classificação e o ticket de pesagem.
Com o envio de todos os dados, a Castrolanda manda a nota fiscal ao produtor para que os grãos sejam retirados da propriedade. Dessa forma, o produtor economiza tempo e dinheiro em logística e os custos de recepção, secagem e armazenagem da Cooperativa são menores. “Durante os picos das safras, as filas de caminhões são imensas, com tempo de espera entre seis e sete horas. Com o ANF, o produtor economiza um terço desse tempo. Enquanto ele poderia estar carregando cinco caminhões para fazer a expedição, indo à cooperativa e fazer a pesagem, a classificação e a troca de notas, ele consegue fazer isso direto da fazenda”, explica o coordenador de produção agrícola dos entrepostos de recebimento de grãos da Castrolanda, Alcebíades Alves da Cruz.
A coordenadora de Controle de Qualidade, Alexandra Morás, explica que as propriedades que têm silos funcionam como se fossem uma extensão da Cooperativa. “Nós damos um suporte para que o produtor rural tenha condições de armazenar e para que a qualidade do produto seja a mesma que temos nos armazéns da cooperativa”, comenta Alexandra.
Para fazer essa conexão entre a Castrolanda e a propriedade rural, Alexandra explica que os técnicos da cooperativa monitoram constantemente as propriedades. No caso da classificação de grãos, o produtor deve seguir o padrão determinado pela legislação, que estabelece um rígido controle da qualidade. Para isso, a Castrolanda oferece a capacitação. Ao longo dos cinco primeiros meses de 2016 foram promovidas 157 horas de treinamento no que se refere à classificação. “A capacitação é fundamental para que ocorra a integração entre a Cooperativa e a fazenda”.
De acordo com Alexandra, para participar do ANF o produtor deve atender alguns requisitos, entre eles, ter uma unidade básica com a instalação de silos e secadores. Além disso, precisa ter uma balança rodoviária devidamente aferida pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Paraná (IPEM-PR), um laboratório com aparelho de para medir a umidades dos grãos, peneiras para a classificação de impurezas e sistemas para gerar a nota. “Um técnico da Cooperativa vai até a propriedade para medir a capacidade de armazenagem do silo, a certificação da balança e avaliar todos os aspectos da unidade recebedora”, exemplifica.
Hoje, a capacidade de armazenagem de grãos da Castrolanda é de 480 mil toneladas de grãos, distribuídas em oito unidades nos municípios de Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul, Ventania, Itaberá (SP) e Angatuba (SP). Segundo Alcebíades, no início apenas 11 cooperados participavam do ANF e, no decorrer dos anos, esse número cresceu para as atuais 53 propriedades. “Na época do lançamento, o programa foi visto como um tiro pé da cooperativa. Mas ao longo desses anos estamos colhendo os bons frutos do ANF, porque o programa beneficiou os dois lados da cadeia produtiva”, avalia o coordenador.
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Fonte: Sistema FAEP