A cidade será sede da 3.ª edição do Fórum de Agricultura da América do Sul, o Agricultural Outlook Forum 2015. Com o tema “Sociedade urbana; economia rural”, o congresso internacional coloca em pauta um segmento que vai muito além do abastecimento e da segurança alimentar. Mas tem a ver com desenvolvimento, econômico e social, em especial de países como o Brasil, que tem no setor uma vocação natural, capaz de gerar divisas e riquezas com participação cada vez maior e mais relevante no Produto Interno Bruto (PIB). De um ambiente que é tanto urbano quanto rural. De um agronegócio moderno e globalizado.
O palco dos debates será o Museu Oscar Niemeyer, que num primeiro momento parece um espaço bastante distante do ambiente típico do agronegócio. O que não deixa de ser um importante apelo na construção do fórum. Públicos teoricamente diferentes, de universos totalmente opostos, mas que podem e devem interagir. Seja do ponto de vista de democratização e maior acesso à cultura e à arte. Ou então pela necessidade de aproximação desse mundo mais urbano com um segmento que é base da economia do estado e do país. Um cenário, inclusive, que traduz o tema do fórum deste ano.
As duas primeiras edições do fórum ocorreram em Foz do Iguaçu. A edição de 2014 contou com a presença de representantes de 11 países, entre palestrantes e ouvintes de todos os elos da cadeia produtiva. Produtores rurais, agentes financeiros, técnicos, pesquisadores e lideranças, todos em busca de informações sobre o futuro da atividade agrícola e pecuária no Brasil e no mundo. Uma informação que assume um caráter cada vez mais de interesse público e, porque não, de utilidade pública. Afinal, estão no centro das discussões questões como alimentação e energia, relações internacionais e soberania.
Aftosa em pauta
Entidades do setor produtivo da pecuária seguem com o debate e questionamentos sobre a proposta que defende o fim da vacinação contra febre aftosa do rebanho bovino do Paraná. Sociedades rurais, representantes de associações de raças, núcleo de criadores, indústria e produtores convocaram para o próximo dia 17, em Maringá, um evento que denominaram de fórum de entidades. Na programação consta uma deputada federal, do Mato Grosso do Sul. Isso mesmo, do Mato Grosso do Sul. Um professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), outro da Universidade de São Paulo (USP) e um representantes do Ministério da Agricultura (Mapa). Não por acaso, não tem ninguém da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) ou da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). É do governo do estado a proposta do status de livre de febre aftosa sem vacinação.
O grupo que realiza o fórum de entidades não chega a ser literalmente contra a proposição. Mas defende o fim da vacinação em bloco, ou em cadeia, com os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul. Santa Catarina é a única unidade da Federação com esse status. Na prática, porém, a dificuldade de uma suspensão orquestrada, de maneira simultânea com todos esses estados, é o mesmo que se posicionar contra a proposta do governo e a favor de manter a vacinação.
A discussão, no entanto, é sempre válida. Esse é um tema que deve estar sempre em pauta. Como na defesa sanitária, a vigilância deve ser constante. Mas a considerar a posição da própria ministra da Agricultura Kátia Abreu, que pretende estender gradualmente a condição de livre de febre aftosa sem vacinação para todo o país, o Paraná deve ser o primeiro a ser reconhecido com o novo status do Paraná. É questão de tempo. E de pouco tempo. O necessário para as validações e certificações que já estão com as negociações em curso entre Seab e Mapa.
Em maio e junho, audiências públicas realizadas na Assembleia Legislativa do Paraná mostraram que há divergências entre os elos dessa cadeia sobre o fim da vacinação.
Fonte: Gazeta do Povo