A safra de soja 2018/19 no Paraná deverá cair para 16,35 milhões de toneladas, projetou o Deral nesta quinta-feira, em um corte ante os 16,85 milhões considerados em janeiro, uma vez que as lavouras ainda sentem os efeitos do tempo adverso e, por essa razão, apresentam pior qualidade na comparação anual.
Caso se confirme, o volume ficaria 15 por cento abaixo do registrado em 2017/18, ainda de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura do Paraná.
O Estado foi um dos mais afetados pelas chuvas irregulares e altas temperaturas entre dezembro e janeiro, quando as plantações passavam pela importante fase de enchimento de grãos.
O tempo adverso Brasil afora levou consultorias e entidades a revisarem para baixo suas perspectivas para a colheita no país, conforme pesquisa da Reuters publicada nesta semana.
Na avaliação de Marcelo Garrido, analista do Deral, a estimativa para a safra de soja paranaense ainda pode passar por ajustes.
“A gente ainda pode mexer nesse número. Daqui a algumas semanas começa a colheita mais ao sul (do Estado), que sofreu menos e está surpreendendo com produtividades. Mas pode puxar um pouquinho para baixo a região do Norte Pioneiro”, afirmou ele à Reuters, destacando que o avanço da colheita permitirá uma avaliação mais precisa acerca dos rendimentos.
Até o momento, a colheita atinge 42 por cento dos 5,42 milhões de hectares plantados com soja no Paraná, bem acima dos 9 por cento de um ano atrás, dado o plantio mais adiantado neste ciclo.
Segundo o Deral, 67 por cento das lavouras estão em condição “boa”, 28 por cento em “média” e 5 por cento em “ruim”. Em igual momento do ano passado, não havia classificação “ruim”, e as plantações se dividiam em 14 por cento como “média” e 86 por cento como “boa”.
MILHO
O Deral fez poucos ajustes para a segunda safra de milho no Estado, ainda em fase de plantio.
O órgão espera produção de 12,76 milhões de toneladas na safrinha deste ano, contra 12,68 milhões na previsão anterior. Trata-se de um volume 39 por cento maior na comparação com a temporada passada, quando o clima adverso prejudicou as lavouras.
De acordo com Garrido, após as perdas com a soja, “a segunda safra de milho virou a tábua de salvação para o produtor”. Por enquanto, a perspectiva para a colheita de milho “ainda é boa”.
A semeadura da safrinha alcança 60 por cento da área total prevista (2,2 milhões de hectares), ante 16 por cento um ano atrás. Praticamente todas as plantações apresentam boa condição, conforme o departamento.
Em relação à primeira safra de milho, 24 por cento da área já foi colhida, e a expectativa é de produção de 3 milhões de toneladas.
Fonte: Reuters