Em Minas Gerais, o plantio da nova safra de verão avança com cautela. A preocupação é com a maior estabilidade das chuvas para garantir a germinação da lavoura a ser semeada. Além da preocupação com o clima, as pragas são desafios às lavouras mineiras.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), enviou comunicado aos sindicatos de produtores rurais alertando sobre as principais doenças e espécies invasoras que podem prejudicar a safra 2015/16.
O analista de agronegócios da FAEMG, Caio Coimbra, destaca a Ferrugem Asiática da Soja, que já está presente no país e pode ter ocorrência intensificada caso haja aumento de umidade, trazida pelo El Niño:
- Além dessa, o produtor rural deve ficar em alerta com algumas novas pragas, que até agora eram consideradas exóticas no país. Como exemplos concretos, alertamos sobre dois insetos e uma planta daninha que já foram vistas no Mato Grosso, Ceará e Rio Grande do Sul, mas podem chegar às outras regiões produtoras – disse ele.
A planta daninha é o Amaranthus palmeri, presente há anos nos Estados Unidos. Estudos apontam que uma elevada população desta invasora pode gerar queda na produtividade em até 91% para o milho, 79% na soja e 77% no algodão, por exemplo.
Já quanto às pragas, uma das preocupações é a Helicoverpa punctigera, prima da Helicoverpa armigera, lagarta que causou enormes prejuízos quando surgiu no país em 2013. A nova praga pode reduzir a produtividade em até 16 sacas por hectare de soja, 54 sacas no milho e até 76 sacas no algodão.
Outro problema que foi visto nos campos brasileiros é a Melanagromyza sp, conhecida como mosca-da-haste da soja. Encontrada no Rio Grande do Sul, segundo alguns pesquisadores, ela pode gerar perdas de até 30% na produtividade da oleaginosa, repetindo estragos registrados na Austrália, Argentina e Paraguai.
Segundo Caio, a identificação precoce dessas pragas pode ajudar a exterminá-las antes que se espalhem pelo estado e pelo país, causando danos nas lavouras e prejuízos aos produtores.
- A atenção deve ser redobrada na condução das atividades e quaisquer suspeições devem ser encaminhadas aos órgãos de defesa, como o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e o Ministério da Agricultura (MAPA), além de contatar a FAEMG – afirmou.
Ele destaca ainda que o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é ferramenta de extrema importância para o controle: “Sendo bem feito, são boas as chances de sucesso, resultando em uma lavoura produtiva e vigorosa”.
O Sistema FAEMG disponibiliza, por meio do SENAR, cursos de capacitação com foco no MIP e recomenda a utilização adequada de defensivos agrícolas na condução das lavouras. Mais informações no portal www.sistemafaemg.org.br
Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais – FAEMG