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NO INVERNO, O CHUCHU DESCE A SERRA

Basta o clima de Curitiba ganhar contornos de inverno, com queda nas temperaturas e risco de geada, para o produtor Maxwel Busato mudar de endereço, deixando Colombo, na Região Metropolitana, para seguir a Morretes, no Litoral do estado. A transferência domiciliar, com duração de quatro a cinco meses, faz parte da estratégia para garantir o cultivo do chuchu, atividade presente na família há três gerações.

A hortaliça exige temperaturas amenas para bom desenvolvimento e florada. Isso fez com que o pai de Maxwel, Seu Nelson, iniciasse, há 35 anos, o plantio de chuchu em propriedade de 22 hectares em Morretes. Lá, entre maio e novembro, o legume esverdeado ocupa estrutura de palafitas e aramado onde, no verão, é cultivado maracujá. De novembro a maio, a atividade cobre 10 hectares em Colombo, espaço que até o próximo verão será da uva.

- O inverno chega e não é mais possível produzir chuchu em Colombo. O jeito é descer para a Serra com funcionários e material – conta Maxwel. Lá atrás, nossos vizinhos começaram a vir e deu certo. Resolvi seguir a estratégia também – complementa Nelson.

Para trabalhar na Serra, eles ocupam casas de parentes e alojamentos.

Ambas as áreas alcançam boas produtividades, cada uma no seu calendário. No ano passado, os Busato retiraram 50 mil caixas de 20 quilos de chuchu na região de Curitiba, enquanto a produção da Serra deu 40 mil caixas.

Assim como a família Busato, muitas outras realizam o mesmo movimento pendular para garantir renda com a hortaliça o ano todo.

- O pessoal está bem estabelecido em ambos os municípios. A mesma estrutura daqui eles têm lá embaixo – ressalta Márcio Toniolo, secretário de Agricultura de Colombo, principal produtor de chuchu do estado.

No ano passado foram 20 mil toneladas no município, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

No pé da Serra 

De acordo com o escritório da Emater no Litoral, Morretes conta com 102 produtores de chuchu, boa parte “italianos oriundos da Região Metropolitana”, frisa a agrônoma da entidade Ruth Pires.

- O litoral não tem inverno rigoroso nem grandes geadas e isso propícia uma produção em época de oferta reduzida, quando os preços das hortaliças estão melhores – diz.

A produtividade é menor sob o frio, mas ainda em patamar lucrativo.

- Muitos vieram e acabaram se estabelecendo por aqui, deixando a propriedade lá de cima para os filhos – complementa. 

Foi o que fez o produtor Beinjamin Cavalli há 13 anos. Em 1998, adquiriu 24 hectares em Morretes, onde começou a plantar chuchu durante o “inverno curitibano”. Cinco anos depois, estabeleceu residência fixa no Litoral e “largou” a propriedade de 14 hectares em Colombo nas mãos do filho Fabiano.

- Agora não fico mais neste vaivém. Só subo duas vezes por semana para entregar a produção e, às vezes, no final de semana para visitar os netos – conta ‘seu’ Beinjamin, que também planta vagem, repolho e couve-flor. 

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Produtores plantam chuchu em 290 hectares em Morretes, no Litoral do estado. Parte deles atua também no Cinturão Verde de Curitiba. É a hortaliça mais plantada no município da Serra, à frente do pepino, que ocupa 221 hectares, do aipim, com 174 ha, e da abobrinha, 130 ha.

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Hectares são utilizados, por cerca de 50 produtores, para o plantio do chuchu em Colombo. Para este ano, a previsão é que o município localizado no Cinturão Verde produza 24 mil toneladas da hortaliça, 20% a mais em relação à temporada passada.

Fonte: Gazeta do Povo



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