agroboi7

NEM AGROBOY, NEM CAIPIRA

Um playboy que enriqueceu às custas da produção rural e desfila de caminhonete zero quilômetro. Um caipira mal instruído que vive da subsistência. Se essas são as imagens que você tem de um agricultor, leia essa reportagem até o final para desfazer esses equívocos. No Dia do Agricultor(a), celebrado na terça-feira (28), o Agronegócio Gazeta do Povo mostra que não há mais espaço para estereótipos no campo.

- A visão coronelista do agricultor ou aquela dos filmes de humor do Mazzaropi praticamente não existem mais. A sociedade está percebendo isso – aponta o coordenador do Núcleo de Agronegócios da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), José Luiz Tejon Megido.

À frente de negócios que envolvem múltiplos riscos e movimentam milhões de reais, o produtor precisou incorporar tecnologia e conhecimentos multidisciplinares.

Essa mudança vem à tona em estudos que revelam agricultores com hábitos mais urbanos. Além de mais presente na cidade, o produtor rural aderiu à era da informação ampliando o consumo de notícias e dedicando mais tempo aos estudos (veja gráfico). Isso explica por que agricultores como os irmãos Erik e Rudolf Petter, de Castro, nos Campos Gerais, não desgrudam das ferramentas tecnológicas como o smartphone e o tablet. “Antes o produtor acompanhava só a previsão do tempo e o resto precisava ir à cooperativa para saber. Hoje é preciso ficar de olho nos preços, na Bolsa de Chicago, nos acontecimentos políticos do país”, diz o primogênito Erik.

A transformação muda até a maneira de fazer negócios. Neste mês, os Petter venderam R$ 80 mil em touros por meio de um aplicativo de celular.

- Já mandei animal até para o Acre sem ver a cara do comprador- relata Rudolf.

O cenário faz da qualificação uma peça chave. Pós-graduações e cursos complementares atraem adeptos do campo para profissionalizar a gestão.

- Hoje o produtor não é mais um simples fornecedor. Ele comanda o negócio – observa Joseli Machado Corominas, coordenadora do Centro Europeu, que lançou um curso de Gestão do Agronegócio.

- Temas como robótica, telecomunicação e gestão de dados vão se tornar rotina nas fazendas. Como é impossível entender profundamente de tudo, o papel do agricultor será organizar esses conhecimentos – diz Tejon.

Essa é a estratégia adotada pelo agricultor Florian Schudt, de Itaberá (SP), que comanda a fazenda com a postura de um CEO. Agrônomo por formação, ele aproveita a passagem no curso de Economia e o MBA em Gestão de Risco no Agronegócio para analisar minuciosamente cada gasto da propriedade.

- Tudo é um cálculo econômico. Buscamos uma alocação eficiente de recursos, investindo sempre com uma expectativa de obter o retorno – disse.

A estratégia o ajudou a ampliar a área plantada de 1,2 mil hectares em 2009 para 3,2 mil atuais.

Fonte: Gazeta do Povo



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.