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Não contem com subvenção do governo, diz Maggi sobre seguro rural

O recado do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, é claro aos produtores: não contem com a subvenção do governo federal para o seguro rural. Em entrevista exclusiva ao programa Direto ao Ponto deste domingo, dia 27, ele expôs as dificuldades orçamentárias encaradas pela pasta e afirmou que não quer criar dívidas com as seguradoras, como ocorreu em gestões anteriores.

Por isso, orientou os bancos a estimular agricultores e pecuaristas a contratar o seguro no momento do financiamento, mas alertou que devem arcar, a princípio, do próprio bolso.

“Dinheiro nunca existiu”, brincou Maggi sobre os recursos para a política de subvenção. Para 2017, o Ministério da Agricultura havia programado utilizar R$ 400 milhões para esse fim. Com gastos a pagar de anos anteriores e contingenciamentos orçamentários, o valor chegou a R$ 180 milhões até agora. O ministro ainda luta junto aos ministérios da Fazenda e do Planejamento por mais R$ 210 milhões.

“Quando o governo repassar, repassamos para os bancos. Mas o produtor deve contratar o seguro sem contar com o dinheiro do governo”, diz.

Importações de leite

O ministro também adiantou que vai propor a retirada do leite da lista de produtos do acordo de livre comércio do Mercosul. A importação irrestrita do produto do Uruguai tem atrapalhado os produtores brasileiros. Os preços internos caíram 30% nos últimos três meses e isso tem, segundo Maggi, inviabilizado a atividade no Brasil. Atualmente, apenas o açúcar, entre os produtos primários, está excluído das negociações do bloco.
O Brasil tem um acordo privado com a Argentina para limitação das importações de leite. A cota é de 4,5 mil toneladas por mês. Por outro lado, só em julho, o Uruguai enviou para cá 9 mil toneladas. A pressão de empresários argentinos que se veem prejudicados e das associações de produtores e cooperativas nacionais estimularam a decisão de Blairo Maggi.
Além da tentativa de restrição direta no Mercosul, o ministro também torce por uma negociação entre brasileiros e uruguaios a exemplo do termo de limitação de importação com a Argentina.

Inspeção sanitária

Outro tema abordado pelo ministro Blairo Maggi foi a situação da inspeção sanitária depois da turbulência da Operação Carne Fraca e da suspensão, por parte dos Estados Unidos, da importação de carne bovina brasileira in natura.

O ministro explicou medidas tomadas para acabar com a influência política sobre os fiscais e garantir qualidade no serviço prestado pelo ministério. Outra ação, que deve ser oficializada em breve, é a criação de um fundo com participação da iniciativa privada para financiar atos da fiscalização, como pagamento de hora extra e custeio de viagens de missões de inspeção, por exemplo.

Maggi também afirmou que é impossível terceirizar a inspeção no Brasil. Apesar de favorável à medida, que ajudaria a suprir o déficit de fiscais que existe hoje e que o governo não conseguirá solucionar, o ministro explica que acordos internacionais impedem a ausência do agente público no processo de fiscalização. “Mercados que compram da gente dizem que o Mapa representa os olhos deles aqui dentro do país”.

Candidato?

Maggi afirmou que os problemas políticos atuais não interferem no trabalho do Ministério da Agricultura. Segundo ele, o presidente Michel Temer deu total liberdade para condução da pasta, o que tem buscado fazer com apoio do setor.
Ele também descartou concorrer novamente ao governo de Mato Grosso. O projeto é tentar a reeleição ao Senado Federal. Quanto a uma possível candidatura à Presidência da República, o ministro disse que é improvável. “É um desafio, mas não é pra quem quer.”

Fonte: Canal Rural.

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Fonte: Sistema FAEP



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