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Mulheres assumem o volante de tratores em cursos do SENAR-PR

A vida de Elza Greco Trevizan sempre esteve diretamente ligada ao campo. Filha de produtores rurais, ela casou com um agricultor e continua vivendo da lavoura de soja e milho, em Peabiru, no Noroeste do Paraná. A mulher do campo sempre participou da lida, em diversas etapas. Agora, pode contribuir ainda mais com as atividades da família, com a conclusão do curso “Tratorista agrícola”, oferecido pelo SENAR-PR. Desde então, Elza já tem assumido a boleia, conduzindo o trator em afazeres diários na propriedade.

“Na
preparação do solo para o plantio de soja desta safra, eu fiz a gradeação de
uma área para incorporar calcário na terra, para plantar”, disse.

Ela não está
sozinha. Em outubro, duas turmas só de mulheres – uma em Peabiru, outra em
Campo Mourão – do curso do SENAR-PR foram formadas. Com o diploma em mãos, elas
já estão trabalhando em suas respectivas propriedades, conduzindo máquinas e
implementos agrícolas. Mais que isso: estão provando que as mulheres vêm
conquistando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, inclusive ocupando
posições que são, usualmente, mais associadas ao universo masculino.

O curso tem
uma carga teórica, que inclui elementos de mecânica – que aborda as partes
básicas do trator e cuidados para a manutenção preventiva – e de segurança do
trabalho. Mas também conta parte prática, em que alunas vão a campo, à direção
do trator. No caso da turma de Peabiru, por exemplo, as alunas fizeram a
gradeação de um talhão da propriedade de Elza. E todas se saíram muito bem.

“Meu marido
cedeu uma área para que a gente fizesse a prática. E nós fomos direitinho. Cada
uma pegou um pedaço. Todo mundo dirigiu e aprendeu bem”, apontou Elza, que
pretende continuar se especializando. “Agora, eu estou mais corajosa para pegar
a máquina e fazer. Aos poucos, a gente vai adquirindo mais experiência. Aquela
tremedeira, já não tenho mais. Faço o que for preciso”, acrescentou Elza.

Viviane Moura
Pereira Neres não nasceu em meio rural, mas anos atrás, quando se casou com um
agricultor, mudou- -se para o campo, também em Peabiru. Desde então, ela ajuda
como pode, em diversas atividades na propriedade da família. Com o curso
concluído, Viviane já vem pegando o trator, mas pretende continuar praticando
para atuar em uma etapa de que gosta muito: a colheita.

“Eu quero me
aperfeiçoar cada vez mais, porque gosto muito de ver meu marido colher. Então,
eu tenho vontade de aprender a fazer essa tarefa, um curso para aprender a
colher”, revelou.

Em Campo
Mourão, Isabel Brilhador não tocava em um trator havia décadas. Para ela, o
curso representou um reencontro com o maquinário agrícola. E a parte do curso
de que ela mais gostou foram as aulas de mecânica básica. “A gente tinha um
‘Valmetinho’ 1962. Eu até sabia conduzir, mas passava alguns apuros”, contou.
“Eu achei muito interessante entender um pouco sobre mecânica. Acho que toda
mulher deveria fazer”, acrescentou.

Superação do preconceito

O curso
também comprova que as mulheres podem – e devem – se dedicar àquilo que
quiserem. Ericca Micalichem, de Campo Mourão, conta que sempre recebeu apoio do
marido e de todos os familiares. Para ela, as turmas recém-formadas podem
servir de inspiração a outras mulheres.

“Muitas têm
vontade, mas ainda não tiveram a coragem para começar o curso e se
especializar. Acho que a gente pode servir de exemplo. O curso é muito bom,
pois, no começo, a gente acha que não vai conseguir mesmo. Mas depois, a gente
vê que não é um bicho-de-sete-cabeças. Aí, vai tranquilo”, disse Ericca.

As outras participantes também fazem coro a este aspecto. Elas apontam que, tão importante quanto descobrir um novo ofício e ter a possibilidade de contribuir com as atividades da família, é derrubar os preconceitos. Por seu exemplo, as alunas recém-formadas provam que o campo também é, sim, lugar para o público feminino e que as mulheres são importantíssimas ao universo agropecuário. “Tem mulher que viu que a gente fez o curso, nosso desempenho e que abriu novos horizontes. Por causa disso, muitas querem fazer o mesmo”, apontou Viviane.

Leia mais no Boletim Informativo.

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Fonte: Sistema FAEP



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