A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e mais cinco entidades do agro pedem uma mudança “imediata” na composição da vacina contra febre aftosa aplicada em todo rebanho bovino do país. A alteração é necessária para evitar que reações continuem a trazer prejuízos ao produtor rural e às indústrias frigoríficas do setor.
A reivindicação consta em uma Nota Técnica assinada pela CNA; Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC); Associação Brasileira dos Frigoríficos (ABRAFRIGO); Associação dos Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT); Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC); e Sociedade Rural Brasileira (SRB).
Na Nota, as entidades pedem a retirada de uma substância denominada saponina que foi adicionada na composição da vacina oleosa. A CNA e as entidades dizem que a saponina não estava prevista na formulação original da vacina e que essa substância está “relacionada à exacerbada irritação no local da aplicação, que se agrava até casos de edema e severa reação inflamatória, com consequente ocorrência de abscessos”.
Além da retirada da saponina, as entidades pedem a redução do volume da dose, de 5 ml para 2 ml, e a aplicação exclusivamente por via subcutânea para evitar “prejuízos desde o descarte de carne (condenadas no abate) até embargos de importantes países importadores de produtos cárneos”.
Prejuízos – Estimativas indicam que o produtor perde, em média, 2 quilos de carne por animal abatido, quando as lesões provocadas pela vacinação são encontradas.
As entidades lembram que o pecuarista já possui gasto com a compra da vacina, além de não ser ressarcido pela carne descartada. Aproximadamente, são R$ 600 milhões despendidos por ano na aquisição do produto levando em consideração um rebanho de 215 milhões de cabeças vacinadas no país.
A febre aftosa, segundo a Nota Técnica, “é a doença animal com maior impacto econômico na atividade pecuária”.
Fonte: CNA