Membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) aprovaram nesta quinta-feira (14.05), no encerramento da 60ª reunião ordinária, a instalação de um Grupo de Trabalho para a reformulação do órgão colegiado. A ideia é atualizar a composição e a estrutura do Conselho, criado em 1999, além de definir questões como mandato e critérios para participação. O grupo, formado por representes do poder público e da sociedade civil, terá 120 dias para apresentar uma proposta para o plenário.
Também na reunião foram apresentadas, pela presidente do Incra, Maria Lúcia Falcón, as diretrizes e estratégias da nova gestão da autarquia. A secretária executiva do MDA destacou que a discussão é muito válida e ressaltou a questão de gênero.
- Temos muito orgulho de ter uma mulher como presidente do Incra, pois fortalece esse debate – acredita Falcón.
Entre os itens apresentados, estava o terceiro Plano Nacional da Reforma Agrária, que Maria Fernanda avaliou como positivo.
- Estamos mais maduros para trabalhar com esse conceito. Vamos nos estruturar cada vez mais para conduzir esse debate – afirmou.
Maria Lúcia Falcón participou da reunião do Condraf pela primeira vez, desde que assumiu a presidência do Instituto, e mostrou-se satisfeita com a oportunidade.
- Participar da reunião do Condraf, em si, já é um acontecimento muito relevante para o Incra. Nós recebemos todos os dias a sociedade civil, mas não temos um espaço, gerencialmente falando, para deliberar nada. O Condraf é esse espaço – comentou ela.
A trabalhadora rural de Pernambuco Elizete Maria da Silva, 60 anos, endossou o discurso da presidente do Instituto. De acordo com a representante do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste, o Condraf é um espaço importante para a agricultura familiar e a reforma agrária.
- É resultado de uma luta muito grande. É um espaço de monitoramento das políticas públicas e também de proposição. A gente se junta com o governo para discutir o que é necessário fazer nos municípios, nas comunidades, para ter mais qualidade de vida. É o lugar onde a gente se reúne periodicamente e leva as nossas demandas para os governos, seja municipal, estadual ou federal – afirmou a trabalhadora.
O secretário do Condraf, Rodrigo Amaral, disse que os dois dias de reunião serviram para consolidar as discussões anteriores.
- Esse foi um momento de consolidar os debates que o Condraf já vem realizando. Foi um momento para apresentar os novos desafios do Incra e debater sobre como o Condraf se insere na pauta da reforma agrária no Brasil, que é a prioridade do ministro – argumentou Amaral.
Referência
A presidente do Incra apresentou um planejamento estratégico aos conselheiros e disse que o objetivo é que o Instituto seja referência nacional e internacional de soluções de inclusão social.
- O Incra trabalha com um produto muito nobre, que é a terra, o chão da pátria – realçou.
Atualmente, o País conta com 9,2 mil assentamentos da reforma agrária e quase 970 mil famílias assentadas.
Ainda segundo dados do Incra, mais de 415 mil famílias assentadas acessam o Bolsa Família, do Governo Federal. A meta é reduzir esse número.
- Está na hora de trabalharmos para que essas famílias tenham condição de gerar renda. Para que isso ocorra, precisamos que elas tenham Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) – observou.
Somente 236 mil famílias assentadas da reforma agrária têm acesso a esses serviços.
Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário