O governo do Rio Grande do Sul vai mudar regras tributárias relacionadas à importação de leite, uma tentativa de enfrentar a concorrência principalmente com o produto do Uruguai. A decisão foi comunicada depois de uma reunião de representantes do setor com representantes do governo do Estado e do Ministério da Agricultura, durante a Expointer, em Esteio (RS).
Na visão da administração estadual, a situação da cadeia produtiva leiteira é difícil. O estoques de leite em pó estão elevados no mercado nacional. O consumo tem sido menor e a importação aumentou em níveis que considera desproporcionais. O preço pago ao produtor, consequentemente, está caindo.
Segundo dados publicados no site da Expointer, o Rio Grande do Sul recebeu mais de 60% do volume importado desde 2016. De 100 toneladas, 64 mil entraram no mercado brasileiro pelas fronteiras do Estado. Este volume equivale a 47 dias de produção na pecuária leiteira gaúcha. Regulando as importações, o governo espera trazer equilíbrio entre oferta e demanda.
- Como consequência, a importação de lácteos gradativamente cessará, permitindo ao produto nacional assegurar sua competitividade – explicou o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, de acordo com o site oficial da feira.
O Rio Grande do Sul produz 4,6 bilhões de litros de leite por ano. A agricultura familiar responde por 95%, em mais de 100 mil propriedades em 467 municípios.
A situação da cadeia produtiva do leite foi trata também pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante sua participação na Expointer. Ele defendeu a retirada do produto da pauta do Mercosul. E o estabelecimento de cotas de importação do leite uruguaio, assim como ocorre com a Argentina.
Fonte: Globo Rural
Foto: Mapa