Na interação entre organismos vivos e plantas, muitas vezes, são liberados compostos químicos voláteis em grande quantidade, objeto de estudo da ecologia química, um ramo da ciência pesquisado pelo professor Ted Turlings, da Universidade de Neuchatel, na Suíça, que participa do Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), realizado de 11 a 15 de agosto, em Londrina (PR) pela Sociedade Entomológica do Brasil e Embrapa Soja.
Ciente desses mecanismos de interação, o professor está desenvolvendo sensores acoplados em robôs móveis capazes de identificar a campo sinais (substâncias voláteis) sinais emitidos pela planta que possam ser usadas na detecção das pragas no campo. Turlings explica que quando a planta é atacada por uma praga, ela emite odores que atraem os inimigos naturais, seja embaixo do solo ou na parte áerea da planta.
“Ao ser atacada na raiz, a planta emite substâncias voláteis que atraem os inimigos naturais. No caso, desenvolvo pesquisas com nematoides “do bem” que parasitam e matam uma larva de besourinho que ataca as raízes de milho”, explica o professor.
O objetivo de Turlings é utilizar a ecologia química para ampliar o nível de especificidade no campo para que, no futuro, o produtor consiga mapear a área e aplicar inseticidas somente em talhões que estejam com problemas, evitando uma pulverização em toda a lavoura. Outro linha de estudo de professor é explorar esses sinais químicos para melhorar a comunicação entre as plantas.
“Sabemos que uma planta, quando atacada, avisa suas vizinhas para que coloquem seu arsenal de defesa em ação”, diz. “Essas plantas que recebem estes sinais ficam mais protegidas e tem sua defesa ampliada”, diz.
Em suas pesquisas, o professor está identificando os compostos voláteis em laboratório, assim como, intensificando as pesquisas para a liberação desses compostos em culturas agrícolas com o objetivo de aumentar a defesa e, por consequência, a resistência da plantas ao ataque das pragas.
Fonte: Embrapa