O Ministério da Agricultura abriu uma investigação de corrupção a partir de alegações policiais de que a BRF, maior exportadora de frango do mundo, teria agido para fraudar protocolos de segurança alimentar, disse uma autoridade do ministério na quarta-feira.
O processo de apuração de responsabilidade de pessoa jurídica, publicado no Diário Oficial da União em 17 de outubro, não cita nominalmente nenhuma empresa. A publicação ocorreu dois dias após a divulgação de um relatório da Polícia Federal alegando que pessoas do alto escalão da BRF supostamente adulteraram documentos e resultados de laboratórios para burlar normas de segurança alimentar e controles de qualidade.
O funcionário do ministério, que pediu para não ser identificado, disse que a investigação diz respeito a empresas citadas na operação Trapaça da PF em março deste ano.
A operação alegou que a BRF e o laboratório Mérieux NutriSciences Brasil conspiraram para enganar os controles oficiais.
A assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura não comentou imediatamente. A BRF disse que não foi notificada da investigação do ministério e não poderia se pronunciar. A Mérieux negou as alegações de fraude e corrupção.
A Polícia Federal alegou na ocasião que a BRF tentou controlar a disseminação de notícias de que a China havia encontrado traços da substância altamente tóxica dioxina nas importações de frango do Brasil em 2015, e agiu para impedir que o governo fizesse uma investigação aprofundada do caso.
Fonte: Reuters