No início do pregão desta sexta-feira (15), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago operam com leves quedas, próximos da estabilidade. Por volta das 8h01 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas de mais de 1 ponto, ainda assim, os contratos se sustentam acima dos US$ 3,70 por bushel. O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,73 por bushel e o dezembro a US$ 3,84 por bushel.
Nesse instante, os analistas explicam que, os investidores permanecem atentos aos trabalhos nos campos nos Estados Unidos. Diante da recente valorização na soja, a perspectiva é que os produtores repensem a área destinada ao grão. Com isso, o mercado aposta que o aumento previsto na área plantada com o cereal não seja tão elevado, o que acaba servindo de suporte às cotações no mercado internacional.
Além disso, os participantes do mercado também estão atentos ao clima na América do Sul. Isso porque, no Brasil a preocupação é com o clima seco, que já tem afetado as lavouras de milho safrinha em alguns estados. O mesmo acontece no Paraguai, já na Argentina as apreensões estão por conta do excesso de chuvas.
Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Em dia de volatilidade, cotações encerram com leves altas em Chicago nesta 5ª feira
As cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia com leves altas, após passar grande parte do pregão no lado negativo da tabela. O mercado teve ajustes de posições, depois dos fortes ganhos registrados na última sessão – com incentivo de dados climáticos da América do Sul e também com informações que indicavam recuperação da economia chinesa.
O vencimento maio/16 registrou alta de apenas 0,4 pontos, valendo US$ 3,74 por bushel. Já o contrato junho/16 subiu 1 ponto e fechou em US$ 3,78 por bushel, enquanto setembro/16 passou a valer a US$ 3,79 por bushel. O lote com vencimento a dezembro/16 chegou a US$ 3,85 por bushel, após a alta de 1,4 pontos.
Com as últimas altas, os preços em Chicago recuperaram as perdas após o relatório de intenção de plantio divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final de março. Segundo a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, a tendência para o cereal passou de ser de recuperação, após as perdas do início do mês.
As especulações em relação ao plantio ainda seguem. Para Lodi, os preços positivos para a soja podem incentivar migração de área, dando preferência para a oleaginosa. Com isso, o mercado aposta que os números para o milho não sejam tão otimistas, o que dá suporte para os preços em Chicago.
Ainda hoje, o USDA divulgou informações de vendas semanais, que apontou números positivos para o cereal e que também contribuíram para a movimentação do pregão. Os Estados Unidos venderam 1.247,2 milhão de toneladas de milho na semana encerrada em 07 de abril. O volume ficou dentro das expectativas do mercado, que oscilavam de 950 mil a 1,3 milhão de toneladas.
Além disto, o clima segue influenciando no cenário de preços para o cereal. As dificuldades climáticas nos países na Argentina, Paraguai e Brasil colocam em dúvida o tamanho da safra da América do Sul. “O comportamento do clima em maio será determinante para o desenvolvimento da safrinha”, explica Ana Luiza.
A maior preocupação é com a falta de chuvas na região Centro-Oeste. Segundo informações da Climatempo, o tempo segue firme e seco nos estados de Goiás, Distrito Federal e em grande parte do Mato Grosso do Sul.
Informações do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, apontam que o período seco e quente no centro-oeste do Brasil está prejudicando o desenvolvimento das lavouras de milho. “E tais condições meteorológicas estão reduzindo muito rapidamente os níveis de umidade do solo, afetando o desenvolvimento de lavouras de milho safrinha, em todas as regiões produtoras”, aponta.
Outro fator que está influenciando no cenário externo é a possibilidade de que o governo brasileiro retire as taxas de importação de milho, para amenizar os problemas de escassez e alta de preços para produtores de aves e suínos. O Ministério da Agricultura (Mapa) encaminhou o pedido à Câmara de Comércio Exterior (Camex). Com isso, investidores entendem que a demanda pelo cereal americano pode aumentar.
Mercado interno
No Brasil, o cenário é de poucos negócios e com pouca oferta de milho para comercialização. Lodi explica que além da escassez, muitos contratos foram fechados antecipadamente, o que tem levado produtores a se focarem no desenvolvimento da safrinha. A preocupação agora está voltada para o cumprimento dos contratos.
Além disto, o atual patamar do dólar está limitando ainda mais as vendas, que chegou a um dos níveis mais baixos do ano. No fechamento de hoje, a moeda norte-americana recuou 0,10% e fechou a US$ 3,4760 reais na venda.
O relatório divulgado pela INTL FCStone na quarta-feira (13), aponta que a valorização do dólar frente ao real deve ditar os negócios no Brasil. Para o milho, a consultoria aponta que as perspectivas são diferentes das demais commodities, devido a escassez na oferta.
“Com novas desvalorizações cambiais, o cenário de preços domésticos altos pode ser mantido por mais tempo. Da mesma forma, uma valorização pode levar a importações expressivas do grão no primeiro semestre deste ano, inviabilizando a exportação do produto do Centro-Oeste”, aponta em nota.
Na BM&F Bovespa, os principais contratos encerram o dia com ganhos. O vencimento maio/16 subiu 1,30% e negócios a R$ 47,50 pela saca de 60 quilos. Já julho/16 fechou em R$ 39,25 por saca, com alta de apenas 0,64%.
No Porto de Paranaguá, houve uma nova alta de 3,3%, com negócios em R$ 34,00. Outra praça de comercialização que registrou ganhos foi Sorriso (MT), que tem cotação de R$ 31 pela saca, após o acréscimo de 6,90%.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor