Num primeiro momento, numa análise superficial, a produção de milho pode ganhar traços de coadjuvante, ofuscada pelos grãos dourados da soja, principal cultura do país e do Paraná. O preço atrativo da oleaginosa no momento do plantio no verão, comparado à cotação do cereal, fez a área de milho diminuir 21,8% no Estado na última temporada. A produção estimada do cereal na safra 2015/16 é de 16,20 milhões de toneladas, podendo ser revisada, para baixo, em função de problemas climáticos na safra de inverno.
Porém, bastam as cadeias de produção de carnes entrarem em cena para o milho ocupar o papel de protagonista, pois o grão é a base para a ração animal. Essa é uma das conclusões do trabalho “Panorama de mercado das principais atividades da agropecuária paranaense”, desenvolvido por técnicos da FAEP.
O documento ressalta a importância do cereal, na forma de ração, para alimentar aves de corte, produção de suínos, matrizes e confinamento pecuário, tanto no âmbito nacional como estadual. Mesmo com o crescimento nas exportações de milho nos últimos quinze anos, a maior parte produzida no Brasil, cerca de 70%, fica por aqui, para alimentar frangos, suínos e bois, proteínas que posteriormente estão na mesa do consumidor.
“O milho é vital [para a avicultura]. Arrisco dizer que se o Paraná não fosse um grande produtor do grão, talvez não fosse um grande produtor de frango. Uma coisa está atrelada a outra e cresceram juntas”, ressalta Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). “O que fizemos foi, simplesmente, aproveitar o potencial da agricultura do Paraná”, complementa.
Nos últimos anos, a demanda por milho tem sido crescente, acompanhando o crescimento da produção animal no país e no Estado. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, sendo o Paraná o maior produtor nacional da proteína. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, o Estado abateu 737,35 milhões de cabeças de frango, 11,8% de aumento em relação ao mesmo período do ano passado. As exportações atingiram 658,46 mil toneladas, crescimento de 18,8% em comparação as 554,06 mil entre janeiro e maio de 2015.
Para o executivo do Sindiavipar, o constante crescimento da demanda animal por milho, acompanhando o aumento no número de abates, não preocupa em relação ao futuro. Martins garante que os agricultores estão preparados para atender a necessidade, principalmente depois da melhora no preço do produto.
“O milho tem evoluído na produção, desde as questões envolvendo genética, uso do solo e tecnologias e técnicas de plantio. A cultura e a avicultura estão de mãos dadas e vão continuar caminhando juntas”, ressalta.
Leia a matéria completa do trabalho “Panorama de mercado das principais atividades da agropecuária paranaense” no Boletim Informativo da FAEP.
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Fonte: Sistema FAEP