O Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, atualizou nesta quinta-feira, 12, a projeção de ocorrência do La Niña, e o risco de formação do fenômeno aumentou.
Em fevereiro, o consenso que representa a média de todos os modelos rodados indicava 34% de chance de La Niña no último trimestre (outubro, novembro e dezembro). Agora, em março, o instituto aumentou em 6 pontos percentuais, para 40%.
Mas alguns modelos trabalham com chance de 80%. “A média mascara os extremos e o consenso feito pelo IRI leva em consideração as simulações das condições futuras, chamadas de modelos dinâmicos, e também dos modelos estatísticos, que consideram dados anteriores de anos semelhantes”, explica Paulo Etchichury, sócio-diretor da Somar Meteorologia.
Segundo especialistas, para se antever a uma situação, é melhor se basear nos modelos dinâmicos que são menos conservadores. “Quando a gente quer saber, por exemplo, a temperatura do dia, nós não nos baseamos na média e sim na temperatura máxima e mínima. Vale o mesmo para a saída dos modelos numéricos de previsão”, diz.
Quais são os efeitos?
O oceano Pacífico mais frio nos próximos meses, mesmo sem configurar La Niña, fará a atmosfera apresentar novos sintomas e efeitos. O inverno pode apresentar ondas de frio mais cedo, que podem se estender por mais tempo também. A chuva de primavera pode atrasar na próxima safra de verão, comprometendo o calendário de plantio.
Para as culturas de inverno, o La Niña é mais positivo porque impede que o cereal tenha chuva em abundância na hora da colheita, o que prejudica a qualidade.
Fonte: Canal Rural