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MERCADO PÓS CHUVARADA

Em alguns dos mais importantes estados produtores dos Estados Unidos como Iowa, Illinois, Wisconsin, Missouri, a média dos acumulados de 25 de abril a este 3 de maio ficaram até 400% acima do normal para esta época do ano, como aponta o mapa acima.

As condições, que registram nesse intervalo acumulados de até 323 mm, 247 mm, 205 mm, 231 mm de chuvas criaram transtornos como inundações em alguns pontos importantes na produção de grãos e a saturação dos solos. Além das precipitações, as baixas temperaturas e mais a incidência de neve em algumas regiões complicaram ainda mais o cenário.

Segundo explica o analista de mercado da AgResource Brasil (ARC Brasil), Matheus Gomes Pereira, o que se vê no Meio-Oeste americano agora é uma situação bastante semelhante à observada no começo da safra 2016/17 da Argentina.

- Apesar de problemas graves, toda a área afetada não é muito significativa em relação à área total dos Estados Unidos. Há regiões muito prejudicadas sim, mas não é a maioria. E nos EUA, os produtores investem muito nos sistemas de drenagem – diz.

Para especialistas ouvidos pelas agências internacionais, em um quadro climático como este, no entanto, algumas preocupações acompanham os produtores rurais – tanto para a cultura do milho como da soja, como danos às sementes e problemas de germinação, por exemplo. E a atenção se divide ainda com a temperatura do solo no momento do plantio e também o aparecimento de algumas doenças em função do excesso de umidade.

- Mas, a maior preocupação, por enquanto, segue com os possíveis estragos nas lavouras de trigo, devido não apenas às chuvas, mas também às temperaturas bem abaixo da média e à neve acumulada no chão,  no final de semana caíram aproximadamente 25 cm de neve nas áreas das Planícies do Oeste. A grande notícia climática dos bastidores do mercado em Chicago são as “enchentes” em Missouri, Illinois e Indiana. Estradas fechadas, lavouras alagadas e os rios que alcançam vazões recordes estão causando uma confusão aos produtores. Na manhã de hoje já estão sendo registradas intensas precipitações sobre o Leste do Kansas e Sul de Missouri – explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.

Como apurou a consultoria, nestas regiões o replantio das lavouras será generalizado, e devem ser realizados nos próximos dias, caso as chuvas permitam. Uma parte deste produtores norte-americanos afetados com chuvas intensas analisam se devem aderir ao Programa de Prevenção ao Plantio e consideram desistir do plantio nesta safra 2017/18 – O Programa de Prevenção de Plantio é uma forma de subsídio pelo Governo dos EUA para o produtor que não conseguir plantar sua safra devido às condições de clima extremas (um “seguro rural de plantio” pago pelo Governo).

Novas previsões

E para os próximos dias, as previsões indicam a continuidade das chuvas no Corn Belt. Os acumulados para os próximos 5 e 7 dias, segundo mapas atualizados do NOAA – o departamento oficial de clima do governo americano. Em alguns estados como o Missouri, Illinois e Indiana ainda podem receber de 50 a até quase 80 mm.

A atenção dos traders e dos produtores agora aumenta, portanto, sobre os novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na segunda-feira (8) com a atualização dos trabalhos de campo até domingo. No último reporte, a instituição mostrou que o plantio da soja já estava concluída em 10% da área estimada e do milho, em 34%.

As últimas previsões da ARC Brasil mostram ainda que um padrão de clima mais seco e quente deve ocorrer neste fim de semana nas Planícies e ao norte das Pradarias Canadenses. Temperaturas máximas ao Sul das planícies devem alcançar os 30 graus. O ritmo de plantio neste fim de semana e início da próxima semana deve registrar um forte progresso no Oeste do Cinturão Agrícola e Norte das Planícies.

No entanto, as últimas atualizações do modelo GFS mostram uma nova tempestade no período 10–14 de maio dias para o Meio Oeste americano que manterá úmidas as áreas já molhadas, retardando o avanço da semeadura. O produtor norte-americano está de olho no clima tanto para continuar o plantio como para aproveitar o rally (movimento de alta atípico) nos preços para travar mais vendas. Até o momento todos tentam entender qual o total de perdas e qual a área a ser replantada após as chuvas do último fim de semana.

Fonte: ARC Brasil e Notícias Agrícolas



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