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MERCADO LÁCTEO

O cenário atual dos mercados internacional e brasileiro de lácteos foi um dos assuntos do Congresso Internacional do Leite, que prossegue até esta quinta-feira (30/07) no Centro de Eventos da FIERGS, em Porto Alegre. Presidido pelo secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (MAPA), Caio Tibério Dornelles Rocha e moderado pelo presidente do Instituto Gaúcho do Leite, Gilberto Piccinini, as palestras focaram no Mercado Internacional de Lácteos, realizada pelo analista sênior do Rabobank, Andrés Humberto Padilla Villaveces, e no Mercado Brasileiro de Lácteos, feita pelo diretor de gestão e relações institucionais – Vivalácteos, Ricardo Cotta Ferreira.

Andrés Humberto Padilla Villaveces iniciou sua palestra apresentando o Rabobank, banco holandês originado a partir de uma cooperativa de crédito, que atua como um dos maiores “players” no setor de agronegócio e tem um “outstanding” no setor lácteo de 20 bilhões de euros e seguiu apresentando o cenário atual da produção e mercado mundial do leite.

Ao contextualizar o mercado atual, apresentou dados que apontam a recente queda do mercado de leite.

- Com a diminuição das importações feitas pela China e pela Rússia, que juntas representam 20% do mercado internacional de lácteos, houve uma retração significativa e nem mesmo o aumento de importação por parte de países como México, Brasil, Venezuela, África do Sul, Cuba, Peru, entre outros, não conseguiu equilibrar essa queda – explicou.

Além disso, Andrés cita que o preço praticado no produto sofreu uma queda, sendo a maior perda no valor do produto oriundo da Nova Zelândia, em 0,25 euro por litro. O Brasil ainda se mantém em uma taxa similar à Europa, que é 0,29 euro por litro. Essa baixa valorização do produto no mercado se dá graças ao fechamento do mercado chinês e russo para o produto da união Europeia, que apresentou grande produtividade, porém sem a demanda esperada. Apesar desse cenário desfavorável, Andrés comenta que a tendência é a recuperação do mercado a partir do segundo semestre de 2016.

- A demanda fraca deve continuar a curto prazo, porém é esperada uma maior estabilidade ao final do ano, claro que essa consequência do desequilíbrio do mercado deverá deixar os preços baixos até 2016 e com consequências para o Brasil, que manterá as importações devido a esse valor baixo e a acordo com países do Mercosul – comenta.

O palestrante afirma que o Rabobank está otimista para o mercado internacional a médio e longo prazos.

A segunda palestra, apresentada pelo Ricardo Cotta Ferreira, tratou do Mercado Brasileiro de Lácteos, comentando sobre dados da representatividade econômica do país na produção e consumo de lácteos.

- Só nos últimos 10 anos, o país cresceu mais em termos de produção leiteira que a Argentina e o Uruguai juntos, com aumento de 4,1% por ano, e nos últimos sete anos o país cresceu o nível de consumo, com um menor crescimento menor nos últimos dois anos – declara.

Para Ricardo, esse sinal tem relação com a retração da economia nacional e queda da massa salarial refletindo no consumo.

O palestrante também conclui durante a palestra que o país tem um setor de lácteos ainda muito fragmentado, repercutindo em baixas margens de EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, que significa lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o que seria um sinal para uma futura consolidação, e que as empresas devem buscar a valorização da marca para gerar crescimento.

O 13º Congresso Internacional do Leite segue até a quinta-feira (30) com palestras que discutem a sustentabilidade e a competitividade da atividade leiteira no Brasil.

Fonte: Andrey Santos (MTb 13308)/imprensa@bitconteudo.com.br



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