As restrições impostas pela União Europeia a 20 plantas exportadoras brasileiras, o impacto da greve dos caminhoneiros e as recentes tarifas antidumping impostas pela China à carne de frango brasileira afetam a perspectiva para o setor
O mercado global de carne de frango vem apresentando desempenho relativamente bom no segundo semestre de 2018, mas enfrenta desafios por causa principalmente da volatilidade no comércio associada ao Brasil, diz o Rabobank em relatório trimestral sobre o setor. No documento, o banco cita as restrições impostas pela União Europeia a 20 plantas exportadoras brasileiras, novos padrões determinados pela Arábia Saudita para o abate halal no Brasil, o impacto da greve dos caminhoneiros e as recentes tarifas antidumping impostas pela China à carne de frango brasileira. A crescente volatilidade nos preços de grãos, resultado de adversidades climáticas e questões comerciais, também afeta a perspectiva para o setor, afirma o Rabobank.
Além disso, diz o banco, preocupações com possíveis surtos de influenza aviária aumentam à medida que se aproxima o inverno no Hemisfério Norte. Segundo o Rabobank, os casos recentes de peste suína africana registrados na China podem afetar indiretamente os mercados globais de frango.
Se a doença se propagar rapidamente, pode levar empresas a acelerar de forma significativa o abate de suínos na China, resultando em maior oferta e pressão sobre o mercado de carnes chinês, diz o banco. Essa tendência pode se reverter em 2019, com consumidores chineses optando por carne de frango e impulsionando os preços locais.
Embora esses fatores pintem um quadro pessimista para o setor, o Rabobank diz que o desempenho do mercado ainda é bom na maioria dos países. O banco cita como exemplo as boas margens de companhias processadoras de carne de frango na Ásia, na África e na Europa, resultado de um equilíbrio entre oferta e demanda.
Fonte: Revista Globo Rural