A projeção de que 2018 seria um ano de aumento nos abates de fêmeas, em decorrência de um cenário menos atrativo para a reposição no passado recente, se confirmou.
Na média até meados de dezembro, a cotação do boi gordo, em valores deflacionados pelo IGP-DI caiu 2,0%.
De janeiro a setembro foram abatidos 23,7 milhões de bovinos (IBGE), um aumento de 4,2% na comparação com o mesmo intervalo de 2017. Os abates de fêmeas aumentaram 7,3% na mesma comparação, enquanto os de machos subiram 1,9%.
Com isto, a participação de vacas e novilhas nos abates passou de 41,9% nos primeiros nove meses de 2017 para 43,1% no mesmo intervalo em 2018, o que indica um desinvestimento na cria, com provável redução da disponibilidade de gado nos próximos anos
O aumento do abate de fêmeas, associado a um consumo doméstico ainda convalescente, tiveram mais peso que os bons volumes exportados, principalmente no segundo semestre.
Por falar no segundo semestre, este período foi de valorizações expressivas para o boi gordo. Entre julho e dezembro a cotação média, considerando São Paulo como referência, subiu 15,8%.
No primeiro semestre, entre janeiro e junho, a cotação havia caído 13,0%, o que gerou um cenário de preços menores na média anual, frente a 2017.
No entanto, a valorização no segundo semestre, associada à conjuntura de abates de fêmeas, gerando menor oferta nos anos vindouros, fez o ano terminar com um cenário mais animador para os preços.
Fonte: Scot Consultoria