As exportações de café verde do Brasil na safra 2017/18 totalizaram 26,83 milhões de sacas de 60 kg, queda de 8,5 por cento em relação aos 29,33 milhões do ciclo anterior, informou nesta quinta-feira o Cecafé, em balanço final da temporada encerrada em junho.
Maior produtor e exportador global da commodity, o Brasil embarcou no último ciclo 26,16 milhões de sacas de café arábica, principal variedade cultivada no país, recuo de 10 por cento ante 2016/17, disse o Conselho dos Exportadores de Café.
Também foram exportadas 670,84 mil sacas de café robusta, forte aumento 140,9 por cento na comparação com a safra anterior, a qual ainda sentia os efeitos da estiagem no Espírito Santo, principal produtor nacional da variedade.
Foram ainda vendidas ao exterior 3,44 milhões de sacas de café solúvel, baixa de 7,6 por cento, acrescentou o Cecafé. Considerando-se os embarques totais, entre grãos verdes e cafés industrializados, as exportações do Brasil fecharam a temporada em 30,3 milhões de sacas, queda de 8,4 por cento, com receita de 4,86 bilhões de dólares (menos 14,3 por cento).
“Os dados referentes à conclusão do ano cafeeiro 2017/18 confirmam as expectativas apontadas pelo Cecafé anteriormente, com volumes de exportação na ordem de 30 milhões a 31 milhões de sacas”, disse o presidente da entidade, Nelson Carvalhaes.
“O desempenho poderia ter sido cerca de 5 por cento melhor, se não fosse a forte redução de oferta do café conilon, causada por questões climáticas, que afetaram as safras 2014/15 e 2015/16. A queda na produção criou uma expectativa junto aos produtores que resultou na elevação de preços, ficando em patamares superiores aos praticados pelo mercado internacional e inibindo a exportação.”
As exportações brasileiras de café na safra 2017/18 foram impactadas tanto pela menor produção, uma vez que a colheita do ano passado foi de bienalidade negativa para o arábica, quanto pelos protestos dos caminhoneiros.
Em maio, quando as manifestações se espalharam pelo país em um momento de oferta já apertada por causa da entressafra, o Brasil deixou de embarcar até 500 mil sacas, e as vendas fecharam o mês no menor patamar em 14 anos, segundo o Cecafé.
Estoques reduzidos no país também pesam sobre as exportações. Pelos dados mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as reservas privadas estavam em 9,8 milhões de sacas em março, o menor volume desde 2012,
Já para o atual ciclo 2018/19, o Conselho sinalizou que prevê uma recuperação nas exportações, para pelo menos 35 milhões de sacas, incluindo cafés verde, solúvel e torrado e moído, diante da perspectiva de uma safra recorde, de cerca de 58 milhões de sacas, segundo a Conab.
“Diante das estimativas para a próxima safra, que indicam um número recorde de 58 milhões de sacas, segundo a Conab, devemos fechar o ano civil com uma boa performance e, certamente, vamos recuperar o espaço perdido no mercado consumidor no exterior”, destacou Carvalhaes.
As exportações totais de café do Brasil alcançaram um recorde de 37 milhões de sacas de café em 2015, mas as vendas no exterior têm caído desde então devido à queda na oferta, altos estoques globais e competição de outros países produtores.
Fonte: Reuters