Os produtores que foram para a Expodireto em busca de novidades em biotecnologia não estão interessados apenas nos ganhos de produtividade na lavoura. Outra preocupação está sendo cada vez mais levada em conta na tomada de decisão: o impacto dos produtos no ambiente.
É nesse diferencial que a Produquímica aposta para impulsionar as vendas. A empresa desenvolveu uma linha de fertilizantes de liberação controlada. Uma camada de enxofre e polímero recobre o adubo, impedindo uma dissolução rápida na terra. Quanto mais grossa a casta, maior a durabilidade e o efeito do produto. A permanência pode chegar a 180 dias.
— A planta “bebe” o adubo. O que a biotecnologia faz é não permitir que isso ocorra de maneira precipitada. A cultivar utiliza o que de fato necessita, de maneira gradual. O mais desafiador foi desenvolver diferentes variedades de acordo com o tempo necessário para cada cultura — explica Sergio Trojahn, gerente regional da Produquímica no Rio Grande do Sul.
Na prática, o produtor economiza ao utilizar apenas o necessário e ser obrigado a realizar menos aplicações do fertilizante. A lavoura também tem outro benefício: perde menos porque evita o amassamento de plantas nas safras de milho, arroz, trigo.
Clima tropical exige nutrição extra
Mesmo com um preço um pouco mais salgado, o produtor Fabrício Bauer, de Tapes, não abre mão da tecnologia.
— No Brasil, onde o clima é tropical, a eficiência da adubação costuma ser baixa. O que torna mais importante melhorar o manejo nutricional. Nutrição não é algo simples, precisa de apoio — conta.
A Dow, que levou para a Expodireto duas novas alternativas de controle para as culturas de soja, milho e trigo, aposta no efeito mais duradouro dos produtos para convencer clientes que sustentabilidade também pode combinar com economia no bolso.
— Orientamos para que o manejo correto do produto permita uma maior durabilidade da biotecnologia, evitando que as ervas daninhas criem uma resistência de forma rápida. Além disso, a aplicação garante uma maior produtividade — detalha Fabiano Argenta, responsável pelo desenvolvimento de mercado da Dow nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Osmar Antonio Bonfante, dono de uma propriedade de 500 hectares em Boa Vista das Missões, vai a Não-Me-Toque em busca de novidades e é testemunha da redução de resíduos no ambiente e do ganho de produtividade nas lavouras geradas pelo avanço da biotecnologia.
— Na década de 1970, eram 30 sacas de soja por hectare na propriedade. No último ano chegamos a 80 sacas. Mas a meta é chegar a cem — conta Bonfante, que cultiva também milho, trigo e feijão.
Boas práticas agrícolas
Não basta escolher as tecnologias mais avançadas, alertam os especialistas. O manejo adequado na aplicação de produtos fitossanitários é determinante para o bom resultado na lavoura.
— Fique de olho na validade e no lacre das embalagens.
— Durante o transporte, os produtos devem estar separados de alimentos, utensílios e pessoas.
— Armazene os produtos em local restrito e arejado, distante pelo menos 30 metros de habitações, recintos, alimentos, medicamentos e fontes de água.
— Antes de começar o manuseio, ler o rótulo e a bula do produto.
— Use equipamentos de Proteção Individual (EPI).
— É importante ter cuidado no preparo da calda (mistura). Neste momento, o concentrado está bem próximo ao corpo.
— Adapte a técnica de aplicação ao alvo a ser atingido, tanto para o controle de pragas, como para doenças ou plantas infestantes.
— Escolha o tamanho das gotas e o volume de calda para cada tipo de alvo.
— Observe as condições climáticas. São fundamentais para evitar desperdício.
— Fique atento à deriva, a fração do defensivo aplicado que não atinge o alvo, durante ou após uma pulverização.
— Informe-se a respeito da necessidade de adição de adjuvantes – componentes químicos adicionados à calda ou à formulação do produto que melhoram o desempenho biológico.
— Pulverizadores, válvulas e mangueiras devem ser constantemente revisados.
Fonte: Zero Hora