O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura do Paraná reduziu de 22,5 para 20,4 milhões de toneladas a projeção sobre a colheita de grãos na safra 2018/19. O clima seco e altas temperaturas registradas, principalmente, nos meses de novembro e dezembro do ano passado foram determinantes para redução nas projeções.
As perspectivas para a produção de verão em 2018 também foram revistas. A produção de soja deve registrar uma redução de 14%, de acordo com o Deral. A estimativa inicial, de uma safra de 19,5 milhões de toneladas, foi reduzida para 16,8 milhões de toneladas. Se a nova projeção for confirmada, a receita dos produtores cairá R$ 3 bilhões, considerando os preços de mercado.
Para o diretor do Deral, Salatiel Turra, as perdas de grãos da safra de verão concentram-se em regiões que anteciparam o plantio e foram impactadas pelo clima seco durante o desenvolvimento vegetativo das plantas nos meses de novembro e dezembro.
“Com isso, plantios mais tardios mas realizados dentro do zoneamento agrícola podem apresentar resultados melhores e compensar as perdas já registradas”, acredita.
SOJA – As regiões mais afetadas com as perdas de soja até agora foram as de Toledo, com redução de 39% em relação à estimativa oficial; seguida de Umuarama (25%), Campo Mourão ( 23%), Francisco Beltrão (22%), Paranavaí (19%) e (14%).
Segundo o economista do Deral, Marcelo Garrido, desde a safra 2011/12, o Paraná não registrava grande frustração de safra com a soja. Neste ano, o calor excessivo antecipou a colheita que hoje encontra-se com 15% da área plantada (5,4 milhões de hecatre).
“No ano passado nessa mesma época a colheita ainda não tinha iniciado”, comparou.
“As primeiras áreas colhidas são as mais atingidas. Quem plantou a partir da metade de outubro para frente, que são as lavouras mais tardias, não deve ser tão impactado pelo clima”, disse o economista.
Segundo ele, os reflexos no mercado já são evidentes. A soja está sendo comercializada, pelo produtor, em média por R$ 69,00 a saca, cerca de 6% acima dos preços praticados em igual período do ano passado, quando o produto era vendido por R$ 62,00 a saca.
MILHO – A safra de milho foi menos afetada pelo clima em função da resistência das lavouras com o clima seco. A projeção para esse período do ano apontava para uma colheita de 3,3 milhões de toneladas, contra uma estimativa atual de 3,1 milhões de toneladas.
A situação climática impactou principalmente a região Oeste. Já na região Sul, que tem mais de 67% da área de milho da primeira safra, o impacto foi menor. Porém, o clima continua influenciando negativamente e isso pode refletir em uma produtividade menor que o esperado.
Para o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio, o cenário para a produção paranaense do grão não é ruim. As estimativas de produtividade permanecem no intervalo esperado de 8,7 mil e 9,7 mil quilos por hectare, para essa época do ano.”
Mesmo com rendimentos elevados, a primeira safra de milho é pouco expressiva no Estado, não tendo a mesma representatividade que tinha antes”, disse o analista.
Fonte: Datagro