Cerca de 300 pessoas, entre agricultores, comunidade e órgãos municipais, estaduais e federais, participaram de audiência pública em Ribeirão Cascalheira, na quinta-feira (09), para debater a pavimentação da BR-080. Com 201 quilômetros, a rodovia tem início em Ribeirão Cascalheira, região Leste de Mato Grosso, e segue até Luiz Alves, distrito do município goiano de São Miguel do Araguaia. Atualmente, para ir de um município a outro é necessário percorrer 450 quilômetros, passando pela BR-158, MT-326, GO-454 e GO-164.
No encontro, foram apresentados o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA). De acordo com o diretor executivo do Movimento Pró-Logística e consultor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Edeon Vaz Ferreira, não houve objeções quanto ao que foi apresentado. Muito pelo contrário.
- Antes de Ribeirão Cascalheira também foi feita uma audiência pública em Luiz Alves e, em ambas, não houve nenhuma contestação. Foi explicado aos presentes todos os detalhes do EIA-RIMA e distribuídos os relatórios de impacto ao meio ambiente. Tantos os prefeitos quanto os produtores que pediram a palavra enalteceram a importância da rodovia, não só para trazer benefícios aos médios e grandes produtores de commodities, mas também à agricultura familiar e a comunidade em geral, uma vez que a rodovia encurtará distâncias entre a região e um grande centro, que é Brasília – afirma Ferreira.
Ainda, conforme o diretor do Movimento Pró-Logística, outro benefício importante é a redução de distância para o escoamento de grãos da Região Leste.
- Para chegar à ferrovia, ela desloca 900 quilômetros, que é de Ribeirão Cascalheira a Redenção, no Pará, depois a Colinas, no Tocantins, e a Palmerante, também em Tocantins. Com a BR-080 nós teremos 400 quilômetros para chegar à ferrovia. Então reduz no modal rodoviário 500 quilômetros. Nós estimamos que a redução de custos de frete ao produtor deve ficar em uma faixa de 18% – completa.
Como cita Ferreira, os benefícios do escoamento pelo Norte do país já começam a ser sentidos. De acordo com ele, um produtor de Canarana, por exemplo, que adquiriu na última safra o insumo agrícola de uma mesma revenda de duas formas, uma via Porto de Itaqui, no Maranhão, e outra via Porto de Santos, em São Paulo.
- O mesmo produto teve uma redução de 100 reais por tonelada de ureia. Isso mostra vantagens em relação a essa rota, não só de escoamento como de importação de fertilizantes. -
Prazos – Ainda no primeiro semestre deste ano deverá sair a licença prévia em relação à BR-080, seguida de projetos básicos. Em seguida é colocado condicionantes sobre os documentos, que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deve responder.
Após essa fase, cabe ainda ao Dnit elaborar o Plano Básico Ambiental (PBA) e, depois, existe um período para análise e aprovação e, só assim, é emitida a Licença de Instalação (LI).
– Prevemos que essa Licença de Instalação deva sair por volta de abril de 2018. Apesar disso, de posse da Licença Prévia o Dnit já irá licitar a obra. A nossa expectativa e estimativa é que, completamente pavimentada, a BR-080 deve estar concluída em 2021 – afirma Edeon Vaz Ferreira.
Fonte: Aprosoja MT