Existem cerca de 700 apicultores em Mato Grosso do Sul e aproximadamente 21 mil colmeias. Entre esses profissionais, mais de 500 estão cadastrados na Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), segundo levantamento feito pelo pesquisador da Embrapa Pantanal, Vanderlei dos Reis. No entanto, MS tem mercado aberto para que negócio seja expandido.
Esses trabalhadores produziram no Estado, em 2014, cerca de 830 toneladas de mel. “Em Mato Grosso do Sul, existem apicultores profissionais que vivem exclusivamente da atividade. É um exemplo de que nós temos um potencial de produção muito grande, embora ela ainda seja pequena", afirma o pesquisador.
Inclusive porque, no futuro, apicultores de outras regiões onde estão ocorrendo problemas com o envenenamento de abelhas, por exemplo, podem optar por investir em Mato Grosso do Sul, principalmente devido ao advento da IG (Identificação Geográfica) do Mel do Pantanal ou pela presença de grandes áreas com eucaliptos ou nabo forrageiro.
Educação – Mas, para que o Estado produza mais, Vanderlei sugere investimentos. “Ter cursos de qualificação e capacitação é fundamental, assim como a integração com cursos de formação em todos os níveis”, afirma.
Além disso, o pagamento por serviços ambientais e a apicultura migratória são alternativas para estimular a atividade. “No nosso país, a polinização é usada em duas culturas: o melão, no Nordeste, e as macieiras, no Sul do Brasil, que hoje têm em torno de 40 mil colmeias disponíveis exclusivamente para a polinização", explica. "Os apicultores recebem em torno de R$ 40, R$ 50 por colmeia. Então, o montante é apreciável”, completa.
Com flora diversificada e áreas com grau de preservação elevado, ainda que careça de uma infraestrutura e melhor logística para o transporte e acesso às propriedades, Vanderlei afirma que MS é um Estado muito promissor para a técnica. “A produção atual de produtos apícolas não é suficiente para atender à demanda estadual. Ou seja, tem bastante mercado para a atividade”, classifica.
Polinização – Para Gustavo Nadeu Bijos, do Senar/MS, é preciso destacar a importância das abelhas não apenas para esta prática profissional, mas também no processo de polinização. Elas são auxiliares na produção de frutas e grãos, como, por exemplo, de melão no Nordeste, alfafa no interior de São Paulo (utilizada para alimentação de bovinos), e maçã no Sul.
Segundo ele, a polinização também contribui com aumento de 5% a 25% na produtividade da soja, e de 5% a 15% na produção de citrus. Até o café obteve um aumento de produtividade, com 39% graças à polinização das abelhas.
O papel das abelhas na polinização é tema da campanha “Sem abelhas, Sem alimento”, que reúne informações importantes para a proteção das abelhas na América Latina. O material pode ser conferido aqui:https://www.youtube.com/watch?v=BvGwLGmwOzE.
Fonte: Campo Grande News
Fonte: Canal do Produtor