A superpopulação de javalis no
território paranaense já é um problema conhecido pelos produtores rurais. Isso
porque o animal é um invasor frequente nas propriedades, acarretando uma série
de prejuízos econômicos, ambientais e sanitários. Para tentar minimizar esses
transtornos, o Sindicato Rural de Maringá, na região Noroeste, firmou parceria
com um grupo de manejadores da região, o “Boca Braba”, para auxiliar os
produtores no manejo adequado da espécie.
A partir disso, o sindicato
elaborou um modelo de autorização – necessário para que os manejadores entrem
na propriedade para realizar o abate do javali – em que consta os dados
necessários do grupo. Dessa forma, os produtores rurais interessados podem
procurar o sindicato caso necessitem de controle dos animais.
Além disso, é preciso fazer um
cadastro com os dados do local onde serão executadas as ações. Por meio da
autorização, o grupo de manejadores também se responsabiliza diante das
exigências para o manejo de javalis, como certificados de regularidade e
registro para porte de armas, se houver.
“Esse contato prévio faz com que
o produtor se sinta mais seguro, e os manejadores tenham credibilidade e possam
fazer o trabalho na região. Além disso, são exigidas várias autorizações para
fazer esse manejo, e nem todo produtor tem a paciência, tempo ou mesmo vontade
de participar. É um facilitador”, afirma a colaboradora do Sindicato Rural de
Maringá Angélica Pelisson.
Exigências legais
Washington Bagão, engenheiro
agrônomo e um dos manejadores que fazem parte do grupo “Boca Braba”, reforça a
obrigatoriedade de atender às exigências legais para realizar o controle de
javalis. “O grupo segue todas as regras à risca. Quando sai algo novo, nós
atendemos de prontidão”, salienta.
Por ser um grupo de caça esportiva,
o manejo é realizado de forma voluntária aos finais de semana e conforme
disponibilidade dos membros. Neste ano, o grupo, composto por 15 manejadores,
já realizou 150 abates na região de Maringá e proximidades.
Segundo Angélica, o Sindicato
também faz uma série de orientações aos manejadores, com base na cartilha
“Javali: uma ameaça ao agronegócio paranaense”, elaborada pelo Sistema
FAEP/SENAR-PR. “A nossa intenção é conseguir fazer um manejo consciente,
atendendo às normativas e que diminua esse prejuízo que os javalis estão
causando”, afirma a colaboradora.
“Nós
temos reuniões uma vez por mês. Nos organizamos como se fosse uma associação,
temos atas, registramos tudo para fornecer todo um aparato de segurança, para
manejadores e produtores”, explica Leonardo Bianchessi, manejador e produtor
rural.
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Fonte: Sistema FAEP