Confirmada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no dia 1º de julho, a prorrogação das dívidas de investimento de arrozeiros prejudicados por problemas climáticos no Rio Grande do Sul ainda não saiu do papel – com produtores sendo incluídos no cadastro do Serasa. Como boa parte dos recursos para essa área são oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil (BB) e as demais instituições financeiras não conseguem efetuar a postergação do pagamento sem que haja uma circular autorizando a operação.
No caso das parcelas de custeio, arrozeiros relatam que têm encontrado dificuldades para atender as exigências solicitadas pelo BB, responsável por 90% das operações do setor.
– O banco está criando um monte de dificuldades. Não há uma padronização nas informações entre as agências – reclama João Raul Borges Neto, presidente da Associação dos Arrozeiros de Itaqui e Maçambará.
Além disso, produtores reclamam que o período de cinco anos de prorrogação, anunciado pelo governo federal, tem sido variável.
- Está ocorrendo um problema de interpretação da resolução, que fala em até cinco anos. Já solicitamos ao Ministério da Agricultura uma adequação para resolver isso – relata Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz).
Dornelles explica que para os bancos públicos, BB e Caixa, a postergação já era prevista no Manual do Crédito Rural. A resolução do CMN, por sua vez, estendeu a medida para as instituições privadas e bancos de fábricas – que, segundo o dirigente, têm sido pouco sensíveis com a situação vivida pelos arrozeiros.
O BB confirma que não está conseguindo postergar as parcelas de investimento com recursos do BNDES. Porém, nega que haja dificuldades nas operações de custeio. Segundo a instituição, desde 1º de julho, foram recebidos 376 pedidos de postergação, com a documentação comprobatória de perdas devidamente apresentada.
Fonte: Zero Hora