Estimular a modernização produtiva das propriedades familiares. Com este objetivo o programa Mais Alimentos do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) foi ampliado, em 2015. O ano registrou a conclusão de acordos inéditos para a inclusão de mais máquinas e equipamentos agrícolas, que poderão ser financiados com condições de crédito diferenciadas do mercado.
O Mais Alimentos é uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) destinada à infraestrutura.
Para esta safra (2015/2016), o Mais Alimentos disponibiliza R$ 7 bilhões para financiamentos. Segundo o coordenador do programa, Lucas Ramalho, o valor representa um acréscimo de 20% em recursos, em relação à safra 2014/2015.
- Até dezembro, 62% dos recursos já tinham sido acessados, num total de 152.456 contratos fechados. A expectativa é que esse crédito seja todo executado, assim como foi na safra anterior – observa.
Novos acordos
Cinco novos Acordos de Cooperação Técnica foram firmados, no ano passado, ampliando para 603 o número de empresas que atendem aos requisitos para participar do programa. Entre as novidades, está a parceria fechada, em novembro passado, com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), ambas representam empresas do setor eólico e solar.
Ramalho explica que, com isso, os produtores poderão adquirir equipamentos de geração de energia renovável, solar e eólica, por um preço abaixo de mercado e com tecnologia adequada à realidade da agricultura familiar.
Acordo semelhante foi firmado com Associações Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), pela primeira vez. A entidade representa o segmento de empresas de transporte de cargas, responsáveis pela fabricação de todos os implementos rodoviários utilizados no país. “Com isso, os agricultores familiares poderão financiar equipamentos para o transporte de cargas, como carrocerias frigoríficas, graneleiras e boiadeiras”, salienta Ramalho.
Ainda em 2015, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material (Sindmetal), do Paraná, também entrou no programa para oferecer mais opções de silos, armazéns e galpões. E a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamento (Abimaq) renovou o convênio por mais dois anos. Atualmente, a entidade representa mais de 7,8 mil empresas dos mais diferentes segmentos fabricantes de bens de capital mecânico, como sistemas de irrigação, equipamentos para preparo do solo, semeadura e tratos culturais, motores e equipamentos para agroindústria.
Barcos e equipamentos
Outra parceria inédita, que beneficiou especialmente os agricultores e os ribeirinhos da região Norte, foi o acordo fechado entre com a Associação Brasileira de Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar). Assim, esses produtores poderão adquirir barcos e equipamentos náuticos, por meio do Mais Alimentos. “Temos um país muito diverso, sendo necessário ações direcionadas para o desenvolvimento das regiões, conforme a sua realidade”, salienta Ramalho.
Tratores: o equipamento mais financiado
Dentro dos mais de 10 mil equipamentos e máquinas ofertados, via Mais Alimentos, a maior demanda é por tratores.
- A cada três fabricados, no Brasil, um é financiado pelo programa – conta Ramalho ao realçar que desde que foi criado, em 2008, o programa já financiou mais de 100 mil tratores e 80 mil veículos de carga.
Mais Alimentos Internacional
Por meio do Mais Alimentos Internacional, o MDA fechou Termos de Cooperação Técnica para exportação de 50 tipos diferentes de máquinas e equipamentos agrícolas.
- Em 2015, 30 empresas brasileiras venderam US$ 75 milhões – contabiliza Ramalho.
Na primeira remessa exportada, foram para Zimbábue, Moçambique, Senegal (na África) e Cuba (na América Latina) 1,2 mil tratores e 56.213 implementos agrícolas. Senegal e Quênia também fazem parte do convênio. A expectativa, segundo Ramalho, é que sejam enviados 1.101 tratores e 5.247 implementos agrícolas, neste ano, para esses dois países.
- A proposta, na área internacional, é ajudar no combate à fome e fortalecer a indústria brasileira – destaca.
Para exportar pelo programa, as empresas brasileiras devem garantir serviços de montagem, capacitação e treinamento para o uso adequado das máquinas e equipamentos, além de oferecer serviços de pós-venda prestados nos países beneficiários e estabelecer condições e garantia técnica das máquinas, equipamentos e kit de reposição de peças.
Fonte: Portal do Desenvolvimento Agrário