Mais 225 toneladas do agrotóxico BHC (Hexaclorobenzeno) serão recolhidas ainda neste ano de propriedades rurais no Paraná e encaminhadas para incineração. Com mais essa etapa da ação, o governo do Estado vai retirar quase três mil toneladas do produto que estavam estocadas no campo.
Para essa nova etapa de recolhimento serão investidos R$ 1,5 milhão, recursos do Fundo Estadual dos Recursos Hídricos. Proibido na agricultura em meados da década de 1980, milhares de agricultores estocaram ou enterraram o agrotóxico em suas propriedades. Além de graves danos para o meio ambiente, o produto também ameaça a saúde das pessoas, pois é cancerígeno .
O trabalho coordenado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, por meio do Instituto das Águas, envolve também Secretária Estadual da Agricultura e Abastecimento, Emater, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) e Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).
O convênio para o recolhimento e destinação do BHC foi assinado nesta terça-feira (4) por gestores de todas as entidades. O Estado fará a licitação para o recolhimento e a previsão é de que o serviços comecem no final de outubro. “Só uma grande parceria como essa que possibilita ao Estado solucionar um assunto tão sério e tão complexo como esse”, destacou o secretário do Meio Ambiente, Antonio Carlos Bonetti.
LOCAIS – A maior parte dos estoques de BHC está nas regiões Norte e Noroeste do Estado, onde se concentravam as lavouras de café e de algodão. Nesta fase serão recolhidos produtos em 400 locais. “Uns 20 desses pontos são de BHC que está enterrado. É possível que a quantidade seja um pouco maior que a estimada quando ocorrer a retirada”, disse Ruy Muller, coordenador estadual de recolhimento de BHC do Instituto das Águas.
O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou a campanha Plante Seu Futuro, que desde 2013 monitora pragas no campo e ajuda o agricultor a decidir pelo uso ou não do controle químico. “Nas propriedades monitoradas com plantio de soja que participam do projeto houve uma redução de 50% no uso de inseticidas. Sabemos que é difícil evitar a utilização, mas existem formas de diminuir a quantidade, seja por questões econômicas, de saúde e responsabilidade com o Meio Ambiente”, afirmou.
Além dos secretários estaduais, participaram da assinatura o presidente do Instituto Ambiental do Paraná, Tarcísio Mossato Pinto; o presidente do Instituto Águas Paraná, Iran Rezende; o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette; o presidente da Ocepar, José Roberto Ricken; o presidente do Inpev, João Cesar Rondo, e o presidente da Emater-PR, Rubens Ernesto Niederheitmann.
Fonte: AEN – 05/10/2016
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