Um estudo sobre o desempenho de cultivares de trigo, promovido pela Fundação Pró-Sementes em parceria com a Farsul, pode dar ao produtor os subsídios para melhorar a produtividade das lavouras de trigo de acordo com as particularidades da região onde a propriedade está localizada. De acordo com o levantamento do desempenho de cultivares de trigo indicadas para o Rio Grande do Sul, divulgado nesta quarta-feira, 22/02, em condições adequadas de clima e aplicação de tecnologia, a escolha da semente apropriada para uma região específica pode aumentar em mais de 50% o desempenho por hectare.
O estudo, apresentado por Kassiane Kehl, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Pró-Sementes, considerou diferenças nos ciclos e nas épocas de plantio: foram analisados cultivos de ciclo precoce e médio/tardio, e o plantio em dois momentos diferentes com intervalo de até 15 dias. O resultado mais robusto foi obtido a partir da semente TBIO Toruk, em ciclo médio na 1ª época, em que o rendimento foi de 9.137 kg/ha. Isso equivale a 152 sacos por hectare.
No entanto, a semente que apresenta o melhor resultado em uma área pode não ser a mais apropriada para ser aplicada em outra, já que há variações de desempenho em relação ao clima e a características regionais José Hennigen, diretor da Fundação Pró-Sementes, ressaltou que cada cultivar tem o seu comportamento não só por local, mas também por época de plantio, então decisões como a data certa também devem ser consideradas pelo produtor, dado que está presente na pesquisa.
Hamilton Jardim, presidente da Comissão do Trigo da Farsul, destaca que o estudo, ao trazer mais informações sobre as variações de desempenho das cultivares de acordo com a área, clima e época de plantio, pode trazer benefícios econômicos diretos para o produtor. Levando em consideração, por exemplo, o rendimento mais alto e o mais baixo das cultivares de trigo de ciclo precoce em Cachoeira do Sul na primeira época, há uma diferença de 47 sacos, o que representa um ganho de R$ 1.337 por hectare.
O estudo analisou o rendimento de 34 cultivares em sete locais: Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Passo Fundo, Santo Augusto, São Gabriel, São Luiz Gonzaga e Vacaria. Esses locais estão em duas zonas tritícolas: uma com clima mais quente e outra com temperaturas mais baixas, em função de características do relevo. O rendimento médio cresceu na maioria dos locais analisados, não apenas devido ao avanço na genética, mas também em decorrência das condições climáticas que foram favoráveis em 2016, em contraste com a situação observada em 2014 e 2015. Apenas a região das Missões foi prejudicada por um período de estiagem que comprometeu a produtividade.
Jorge Rodrigues, diretor e coordenador das Comissões de Grãos da Farsul, destacou a importância do trabalho que serve para orientar os produtores quanto à evolução no desenvolvimento das sementes e existência de cultivares adaptáveis às especificidades locais e enfatizar a importância do uso da tecnologia no campo. O resultado demonstra o potencial de melhoria da produtividade de trigo no Rio Grande do Sul, que hoje alcança uma média de 55 sacos por hectare, mas, dentro das condições do estudo, apresenta um desempenho médio acima de 95 sacos por hectare.
O Chefe da Divisão Técnica do Senar-RS, João Augusto Telles também participou do lançamento dos resultados.
Fonte: Farsul