Em Porto Alegre para encontro com diretores e técnicos da SLC Agricola — produtora focada em algodão, soja e milho —, o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, afirmou que o país “se tornará o principal fornecedor para responder ao aumento da demanda global de importações de commodities”. Até 2050, a produção de cereais e carne terá de crescer consideravelmente para abastecer toda a população mundial.
Segundo o dirigente, ao final da primeira metade desse século, haverá 9,8 bilhões de pessoas vivendo no planeta — um crescimento de 29% na comparação com os números atuais. Desse contingente, 70% viverão em cidades. As previsões, de acordo com Bojanic, são de que os níveis de renda médios também aumentem.
- Para alimentar essa população maior, urbana e rica, a produção de alimentos deverá aumentar em 70% – afirmou.
O especialista detalhou ainda que a quantidade de cereais produzida terá de chegar a 3 bilhões de toneladas por ano. Atualmente, o volume é de 2,5 bilhões anuais. Já a produção de carne precisará aumentar em mais 200 milhões de toneladas.
Apesar dos desafios, Bojanic se mostrou otimista quanto ao futuro e ressaltou que “a erradicação da fome está ao alcance das mãos, podemos alcançá-la dentro da próxima década”.
No Brasil, até 2024, incrementos nos resultados da agricultura deverão vir principalmente de ganhos em produtividade. Segundo o representante nacional da FAO, agricultores familiares terão mais oportunidades para investir em produtos-chave como café, frutas tropicais, suínos e aves.
Sobre tendências de consumo, o diretor também destacou que, nos últimos anos, vem crescendo no mundo o interesse por hábitos alimentares mais saudáveis. Os consumidores estão mais exigentes quanto aos alimentos que chegam às suas mesas.
- No Brasil, não é diferente. Apesar de ainda ser uma tendência tímida, os brasileiros tem se mostrado cada vez mais conscientes da importância de uma alimentação saudável como para a saúde e também para a melhoria na expectativa de vida – avaliou.
Fonte: ONU Brasil