A região de Yichang, na China, possui importantes projetos hidrelétricos, dos quais os mais conhecidos são as hidrelétricas de Gezhouba e de Três Gargantas, a maior do mundo. Dentro deste projeto, há a segunda maior barragem e represa do mundo construídas no rio Yangtzé, o maior da China. A comitiva da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) visitou o empreendimento na manhã de quarta (09).
- A qualidade da obra, a rapidez da construção e o custo impressionam – diz Endrigo Dalcin, vice-presidente da Aprosoja na região Leste. Ele acredita, ao ver as obras chinesas, que o Brasil também tem condições de ter uma infraestrutura eficiente. A diferença é que no nosso país muitos recursos são desviados. Aqui na China há a determinação para fazer, e em pouco tempo as obras são concluídas – acredita.
O início da construção da barragem ocorreu em 1992, com o objetivo de prevenir as enchentes que assolavam a região. Até 2004, quatro turbinas estavam em funcionamento e, em 2009, as 28 turbinas estavam instaladas, com capacidade de geração de 18.200 megawatts. O custo estimado da obra está em torno de US$ 22 bilhões.
As eclusas também impressionaram os diretores da Aprosoja, pois é uma demanda no Brasil para tornar as hidrovias viáveis. Em Três Gargantas, foram instaladas duas séries de eclusas próximas à barragem. Cada uma é construída em cinco estágios e uma embarcação leva quatro horas para subir e descer. O tamanho máximo das embarcações é 10 mil toneladas. Antes da construção, a capacidade máxima no trecho era de 18 milhões de toneladas e, agora, deve chegar a 100 milhões de toneladas por ano.
- Pudemos observar na China a enorme dificuldade para construir obras como a hidrelétrica de Três Gargantas, uma obra fantástica com desnível de 110 metros. Isto nos permite afirmar que, com uma política de longo prazo e focada, podemos resolver a questão de infraestrutura no Brasil. Em nenhum dos casos temos dificuldade naturais, como grandes montanhas ou um relevo muito acidentado, como o que eles têm por aqui – diz Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística.
Além das eclusas, foi construído também um elevador de embarcações para barcos menores, de até 3 mil toneladas. O tempo da embarcação no elevador é entre 30 e 40 minutos.
- Um país que tem potencial para ser a maior economia mundial tem que ter projeto. Falando especificamente sobre infraestrutura, temos alguns exemplos. Nos Estados Unidos, fizeram um grande projeto para deixar o rio Mississipi navegável acima de Saint Louis, o que levou o país ao que é hoje. Na Europa, viabilizaram a navegação de leste a oeste entre dois rios, além de ferrovias e portos. E o que estamos vendo na China é a construção de um projeto – diz Ricardo Arioli, consultor da Aprosoja e guia da Missão Logística China.
Endrigo Dalcin concorda.
- É um país em reforma que está modernizando a infraestrutura – afirmou.
A comitiva da Aprosoja continua em viagem pela China e visita ainda as cidades de Chongqing, Qingdao e Beijing.
Fonte: Aprosoja