O escoamento da produção agrícola paranaense, especialmente de grãos, deve ganhar um reforço significativo nos próximos anos. O uso de ferrovias como parte da solução logística para o fluxo de carga, principalmente da região Oeste, até o Porto de Paranaguá, no Litoral, pode ser ampliado a partir dos projetos programados pela empresa Rumo Logística, fruto da fusão da Rumo com a ALL em abril de 2015. O investimento total programado ultrapassa os R$ 3,2 bilhões.
O projeto para a expansão e o plano de investimentos foram detalhados, na última quinta-feira (16), em apresentação do presidente da Rumo Logística, Julio Fontana, para o governador Beto Richa, secretários de Estado e entidades do setor produtivo, com forte presença da equipe da FAEP, no Palácio Iguaçu, em Curitiba. A reunião entre os principais agentes ligados aos setores do agronegócio, transporte e indústria foi à prova da mobilização em prol da melhoria da infraestrutura e logística estadual.
“Os investimentos em logística e infraestrutura são vitais para o avanço do Estado. Mesmo com aperto no caixa, estamos conseguindo realizar melhorias. E os investimentos apresentados pela Rumo Logística irão contribuir diretamente”, destaca Beto Richa. “Ninguém no mundo transporta carga por tantos quilômetros em rodovias. É sempre por ferrovia e hidrovia. Precisamos viabilizar o modal ferroviário para melhorar a renda do produtor, que acaba ficando com o que sobra descontando os gastos com transporte”, aponta o presidente da FAEP, Ágide Meneguette.
Mais poder de investimentos
A FAEP entrou com ação contra a fusão da Rumo Logística e a América Latina Logística no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2014, alegando que a fusão poderia gerar uma concentração da malha ferroviária das concessionárias para a Cosan, produtora de açúcar e combustíveis, sócia da ALL.
Outra preocupação da FAEP na época, foi que a empresa, tendo incorporado a ALL, que tem concessões na região Sul até 2027, priorizasse investimentos no Paraná. Em 2015, a fusão foi aprovada pelo Cade com restrições. “Nós queríamos que tendo a garantia de transporte para o agronegócio, o Paraná estivesse entre as prioridades de investimento, e isso está se cumprindo. A malha ferroviária está sendo refeita. Pode não ser na velocidade que desejamos, mas está funcionando”, ressalta Ágide. “Temos produtos para embarcar, e estamos dispostos a investir”, complementa Fontana.
Tecnologia e maquinários
O plano de investimentos da Rumo Logística está dividido em duas etapas: de 18 meses e valor de R$ 1,1 bilhão e de longo prazo e montante de R$ 2,1 bilhões. O primeiro, que visa o aumento de eficiência operacional e redução de custos, inclui uma longa lista de benfeitorias, desde a aquisição de maquinário até melhorias estruturais.
Até o momento, a companhia já reformou 31 locomotivas e 236 vagões, num total de R$ 17,6 milhões. Ainda existe a programação, parte já realizada, para a compra de 47 locomotivas, sendo 21 em 2016 e o restante no próximo ano, e 378 vagões, num investimento total de R$ 528 milhões. “As novas locomotivas foram desenvolvidas especialmente para o traçado do Paraná, ideal para as curvas da serra, e utilizam motor ecológico”, destaca Fontana.
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Fonte: Sistema FAEP