A demanda mundial por amêndoas para a produção de chocolate abre perspectivas promissoras para as lavouras de cacau, que estão em expansão em Rondônia. A utilização da melhor tecnologia e aumento da produtividade no menor espaço podem levar o estado ao topo do ranking dos maiores produtores do País. O Governo do Estado e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), parceiros na execução deste projeto, compartilham otimismo que se justifica pelos resultados práticos já obtidos.
- O governo de Rondônia está comprometido com a revitalização da lavoura cacaueira – afirmou o secretário da Agricultura, Evandro Padovani.
Neste processo, ele destaca que aumentar a produtividade, levar tecnologia de ponta é fundamental. A meta, segundo Padovani, é seguir o exemplo do que foi feito com as lavouras de café, que deram salto na qualidade e quantidade.
Em média, a produção de cacau no estado é de 500 quilos por hectare. As novas tecnologias, que incluem o sistema agroflorestal, podem elevar a produtividade para mais de três mil quilos por hectare e até cinco mil quilos de pirarucu.
O estado está processando a aquisição de 42 mil mudas enraizadas e 42 mil hastes de plantas, que são mais resistentes e mais produtivas. A iniciativa é mais uma prova de que as ações em conjunto funcionam. A compra deste material foi proposta por Cacildo Viana, superintendente da Ceplac.
Com esta iniciativa, os resultados serão melhores e a renda familiar será aumentada, resultando em efeito positivo na economia regional.
- Vamos ser autossuficientes em pouco tempo – assegurou Viana.
Tecnologia
A certeza de que a era da tecnologia é o melhor caminho para que os cacauicultores tenham melhores resultados vem dos experimentos feitos pela Ceplac, e que foram mostrados na vitrine tecnológica apresentada na sexta edição da Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná.
Se os avanços tecnológicos são fundamentais para levar Rondônia ao topo dos estados produtores de cacau, o sistema utilizado nas propriedades também muda. Ao invés da monocultura, o plantio consorciado é a outra face do momento inovador nos cacauais.
- São muito positivos os resultados do plantio com banana e até florestas – justificou Padovani.
O secretário disse que, além da aquisição das hastes e mudas enraizadas, o Governo de Rondônia oferece estrutura para a base tecnológica da Ceplac instalada no município de Ouro Preto do Oeste. Ali foram construídos poços artesianos que servem para irrigação dos jardins em que são produzidos clones das variedades mas resistentes e produtivas, além de estrutura administrativa para o órgão federal.
Os resultados dos experimentos são difundidos para os produtores, mas esbarram na mão de obra.
- Os produtores ainda estão acostumados com as antigas técnicas, que resultam em baixa produção. Mas está provado com utilizando a melhor tecnologia uma família consegue viabilizar todo o processo e obter vantagens – aposta Padovani.
O processo de revitalização da lavoura cacaueira conta, ainda, com a participação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que leva formação para estudantes nas unidades educacionais agrícolas.
Nestes ambientes, é tratada, entre outras vertentes, a sucessão familiar nas propriedades. Ali, o aluno aprende técnicas de produção e manejo, e ainda é estimulado a aplicar os conhecimentos nas propriedades dos pais, ao invés de buscar outros meios nos centros urbanos.
Estes procedimentos reúnem fatores positivos como a agregação das famílias, fomento à agroindústria e aumento da renda. É com estas perspectivas que Rondônia vê a oportunidade de sobressair no comércio da matéria prima do chocolate. Uma das provas de que há mercado para a produção regional é a instalação de uma indústria chocolateira no município de Buritis, que já está em franca produção.
Rondônia tem tudo para ser até 2021 o estado com maior produção de cacau. A previsão é do superintendente regional da Ceplac, Cacildo Viana da Silva. Para chegar a este ponto, ele aposta no uso correto das modernas técnicas e apoio do governo estadual.
O salto para a alta produtividade e menor espaço plantado passa, segundo Viana, pela importação de 200 mil hastes de novas variedades. E este compromisso ele conseguiu junto ao governo de Rondônia.
Ainda segundo o superintendente, um dos focos da Ceplac é a difusão do projeto denominado Piracacau, que une, em apenas um hectare, o plantio de cacaueiros e açaí, além da produção de pirarucu.
- O segredo da alta produtividade neste sistema está na fertirrigação, que é o reaproveitamento da água dos reservatórios onde são criados os pirarucus. O líquido tem que ser renovado diariamente e retém a maior parte dos adubos. Este material orgânico é usado na lavoura. O açaí é plantado para servir de quebra-vento e conter a perda de umidade das terras – explicou Viana.
Utilizando este sistema, é possível uma família obter renda de R$ 30 mil por hectare. A implantação do projeto custa de R$ 55 mil a R$ 68 mil, estima Viana.
Fonte: Governo de Rondônia