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LEITE TEM NOVA QUEDA NO MERCADO GAÚCHO

Aliança Láctea debate limite a importações nesta quarta-feira em Curitiba

O preço de referência do leite divulgado nesta terça-feira (18/10) pelo Conseleite indica nova queda no mercado gaúcho. O valor projetado para o mês de outubro é de R$ 0,9539, redução de 4,58% em relação ao consolidado de setembro, que fechou em R$ 0,9997. A redução foi puxada pela queda do valor do leite pasteurizado (-11,70%) e do leite UHT (-6.68%). Apesar da diminuição de preço de referência nos últimos meses, o leite ainda está acima da valorização de anos anteriores. O leite UHT, por exemplo, nos últimos 12 meses, acumula alta de 26%, o que se justifica pelos picos históricos do produto apurados na entressafra. “Também é preciso considerar que, na ponta, as indústrias pagam mais do que isso por litro uma vez que há remuneração adicional por qualidade e quantidade”, explicou o presidente do Conseleite e do Sindilat, Alexandre Guerra.

O professor da UPF Eduardo Belisário Finamore pondera que os dados do Rio Grande do Sul estão inseridos em um contexto nacional, regidos pelo livre mercado e acompanham a realidade de outros estados. A redução do UHT em outubro, pontua ele, foi menor do que vinha sendo verificada nos meses anteriores. “Nossa expectativa é que o leite UHT agora tenda a se estabilizar”, sugere.

O presidente do Conseleite pontuou a interferência do mercado internacional no contexto nacional e salientou que o leite em pó importado foi o “grande vilão”. “Tivemos uma alta expressiva no primeiro semestre e, agora, estamos enfrentando uma queda considerável. A indústria não quer baixar o preço e não baixamos o preço porque queremos. É porque o mercado se autorregula pela lei da oferta e da procura”, argumentou Guerra. O vice-presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, lembrou que o aumento substancial do produto foi decorrência da falta de leite no mercado brasileiro, com picos em junho e julho, e, agora, a queda é inevitável. “O mercado de leite é São Paulo e Rio de Janeiro. Quando começa a safra em Minas Gerais e Goiás, o volume impacta todo o mercado, o que se agrava com a importação de leite do Uruguai”, pondera.

REUNIÃO ALIANÇA LÁCTEA – Durante a reunião do Conseleite, lideranças ainda alinharam uma posição a ser apresentada durante encontro da Aliança Láctea Sul Brasileira, nesta quarta-feira (19/10), em Curitiba. Jorge Rodrigues disse que criar cotas específicas ao Uruguai é difícil neste momento. A sugestão é delimitar um teto para as importações nacionais, independente da origem do leite adquirido. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, “é preciso trabalhar com o governo reforçando a questão social”. “Trabalhamos com livre mercado, mas precisamos de um acordo privado que limite as aquisições”.

Crédito: Carolina Jardine

Fonte: SindiLat



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